Bolsonaro pede arrego em micareta golpista na Paulista e fala em anistia: ‘Quero passar borracha no passado’

Atualizado em 25 de fevereiro de 2024 às 17:15
Bolsonaro ao lado de aliados em trio elétrico na Avenida Paulista (SP). Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) arregou e disse em seu discurso no ato golpista promovido por ele na Avenida Paulista (SP) neste domingo (25) que busca “passar uma borracha no passado”. “O que eu busco é passar uma borracha no passado, uma pacificação”, disse o ex-capitão praticamente implorando por um perdão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). É o ministro que toca a maioria dos inquéritos criminais contra o ex-presidente, pelo menos cinco, entre eles a investigação por tentativa de golpe de Estado.

Logo em seguida, Bolsonaro literalmente falou em anistia para os golpistas investigados, presos e condenados pelo Supremo Tribunal (STF), incluindo ele próprio, por conta dos atos terroristas promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente pediu ao Congresso um Projeto de Lei de anistia para os golpistas.

O ex-chefe do Executivo afirmou ainda que nenhum “mal é eterno” e que o “abuso por parte de alguns traz insegurança para todos nós”.

Bolsonaro fez a declaração em cima de um trio elétrico ao lado de aliados como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca o apoio do ex-presidente.

O ex-presidente aproveitou a ocasião para negar a nítida tentativa de golpe após a derrota nas eleições presidenciais de 2022. “O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil”, disse. “Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência”, disse o ex-presidente, ao admitir a existência de um texto nessa linha.

Apoiadores de Bolsonaro fazem ato na Avenida Paulista | São Paulo | G1
Bolsonaro com apoiadores ema ato na Avenida Paulista (SP). Foto: reprodução

O inelegível convocou o ato para este domingo (25) com o intuito de mostrar força política pouco depois de se tornar alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) por supostamente arquitetar um golpe no estado para o caso de Lula ganhar as eleições de outubro de 2022.

Antes do evento, Bolsonaro prometeu que o ato seria pacífico e que respeitaria a Constituição Brasileira. Ao convocar seus apoiadores para o evento, ele pediu que não levassem faixas e cartazes à Avenida Paulista, numa estratégia para evitar amplificar o atrito com o STF e o ministro Alexandre de Moraes.

Ao longo de seu mandato, Bolsonaro frequentemente criticou o STF, utilizando termos como “politicalha”, “acabou, porra”, além de acusar o tribunal de ter ligações com o PT e de ativismo político. Os ataques se intensificaram a partir de 2020, durante a pandemia da Covid-19.

No restante de sua fala, toda de improviso, o ex-presidente reclamou do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por estar inelegível, criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) pelas penas aos que participaram dos ataques de 8 de janeiro de 2023, agradeceu os presentes, lembrou da facada que sofreu em 2018 e fez um balanço de seu governo. Fez ainda ataques ao presidente Lula (PT), mas sem citar o petista.

Assista abaixo:

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