Bolsonaro pede boicote à manifestação pró-Dallagnol e expõe racha na direita

Atualizado em 27 de maio de 2023 às 14:29
Dallagnol em carreata em Curitiba pós-cassação. Foto: Reprodução

A manifestação programada para o dia 4 de junho, convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e parlamentares de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de protesto à cassação de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), virou alvo de boicote de Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores, o que demonstra um racha na direita.

Bolsonaro pediu ao público que não vá ao protesto durante o Encontro Nacional dos Presidentes do PL, que ocorreu na quinta-feira (25), em Brasília. O ex-presidente usou como justificativa poupar os esforços para a CMPI do 8 de Janeiro, iniciada nesta semana no Congresso.

“A CPMI é muito importante para nós, mais do que qualquer outro movimento que porventura alguém queira fazer por aí. E até peço, não façam. Não façam do outro. O mais importante no nosso momento é a CPMI. Estou vendo as pessoas querendo marcar reunião, povo na rua. Eu peço: não façam isso”, disse Bolsonaro.

O discurso tem sido compartilhado nas redes sociais como um pedido do ex-presidente de boicote à manifestação pró-Dallagnol. Uma das pessoas que replicou o conteúdo é Fabio Wajngarten, advogado e porta-voz de Bolsonaro.

Wajngarten publicou um texto na quinta afirmando que “é necessário avaliar quem esteve de fato ao lado do governo nos últimos quatro anos antes de sair apoiando e promovendo manifestação oportunista”. “A direita teima em ser vagão e rebocada por quem nunca conseguiu ser locomotiva”, escreveu na rede social.

O ex-secretário de Comunicação Social de Bolsonaro chegou a confirmar ao Estadão que a crítica foi direcionada à manifestação do 4 de junho e à deputada Carla Zambelli(PL-SP), que chamou seguidores para o ato.

Também na quinta, Zambelli publicou uma retratação, voltando atrás e apelando aos seguidores a favor de Dallagnol. “Hoje é o Deltan, amanhã pode ser o Nikolas [Ferreira] ou eu… Vocês não gostariam que esses movimentos também fossem às ruas por nós?”, disse a deputada.

Por volta das 21h, ela abriu uma live e afirmou que foi um erro não ter falado com Bolsonaro antes. “Estão me chamando de traidora. Eu sei que não sou. Erramos em não conversar com Bolsonaro antes. Se ele falou para não ir, não vamos. Mas vou pedir a vocês, não desistam do Deltan Dallagnol”, declarou.

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