Publicado originalmente no site Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
Jair Bolsonaro voltou a bater hoje em uma tecla repetidamente soada por ele e seus seguidores.
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“Lula não consegue comprar uma pinga no botequim que vai ser vaiado”, disse hoje, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, numa variante do que volta e meia fala.
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Não é uma opinião, é uma voz de comando.
Ele prepara as suas falanges, mesmo em estado minguante, para agredir e fornecer “provas” de que ainda tem o controle de massas e que o ódio a Lula permanece nos patamares que o fizeram ser eleito em 2018.
Meia dúzia de fanáticos provocadores podem, em meio a centenas de pessoas , criar um clima de provocação e até de violência.
Quanto mais se apequena, mais brutal vira o bolsonarismo. Já há poucos, ou nenhum, inocente entre eles.
É como se fará a “narrativa” – neologismo da moda entre bolsonaristas para substituir mentiras e armações – de que as pesquisas são falsas e que não há o maciço apoio ao candidato que encarna a oposição ao presidente.
Claro que a rua, seu ambiente natural, será importante para Lula, mas é evidente que, agora, é tempo de não entrar nas armadilhas que lhe prepara Bolsonaro.
Tudo o que ele deseja é conflito, pancadaria e, se possível, uma brutal ação policial que, exceto pelos acontecimentos de Pernambuco, até agora tem se conseguido evitar.
À medida em que já não pode mobilizar, caminha para provocar e manter, no grito, o ódio do qual se alimenta.
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