Bolsonaro deixará reajuste salarial da PF para o Congresso: “Vai ficar no nosso colo”

O presidente tentou agradar uma de suas bases aliadas, mas desistiu em meio a pressão de outros servidores

Atualizado em 14 de janeiro de 2022 às 16:59
Jair Bolsonaro pedindo calma
Jair Bolsonaro (Foto: Gabriela Bilo / Estadão Conteúdo / Agência Estado / AP Images)

Bolsonaro não aguentou a pressão. O presidente tentou agradar uma de suas bases aliadas, prometeu reajuste salarial para policiais federais, bateu o pé, mas desistiu em meio a resistência de outros servidores.

Não é de hoje que o mandatário vem sendo auxiliado a recuar da promessa. Guedes, inclusive, se manifestou contra. Bolsonaro ainda afirmou que gostaria de dar um aumento para todos os servidores públicos, mas não é possível por restrições econômicas. De acordo com ele, “todos os servidores são importantes”.

O ministro, por sua vez, alertou o presidente para o fato de que conceder o reajuste apenas para uma categoria vai aumentar a pressão em outros setores e que, por isso, o melhor é não aumentar os salários de nenhum servidor. Bolsonaro escutou Guedes e recuou.

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Bolsonaro deixará reajuste para o Congresso

A promessa acabou gerando protesto de outras categorias, que não serão beneficiadas ou que tiveram até um corte de orçamento, como no caso da Receita Federal. Os servidores da receita federal puxaram o bonde, sendo os primeiros a se mobilizar até o momento.

Segundo apurou o DCM, Bolsonaro entendeu sua posição e decidiu ficar em silêncio, enquanto o martelo não for batido. Ele pediu para o Guedes também não criticar a medida. O presidente deve resolver o problema quando acabar o recesso do Congresso. A tendência é que fique nas mãos dos parlamentares.

O Congresso Nacional chegou, inclusive, a aprovar, com o aval do presidente, uma verba específica no Orçamento deste ano para contemplar esses aumentos salariais para a área de segurança pública federal.

“Ele ficou numa situação complicada. Prometeu o aumento, mas agora percebeu que se dar, vai desagradar outras categorias. Então vai deixar nas mãos dos deputados para tirar a responsabilidade dele. Vai ficar no nosso colo”, disse um senador, que pediu sigilo ao DCM por fazer parte da base governista.

Por sua vez, os agentes federais e rodoviários reagiram a um possível recuo. Membros das corporações já falam em “traição”, “golpe” e “falta de compromisso” caso o mandatário descumpra o compromisso firmado no ano passado.

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