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Bolsonaro já puniu 18 delegados da PF em retaliação

Sergio Moro, que acusa o presidente de interferência na PF, Jair Bolsonaro e Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da corporação. Foto: Marcos Corrêa/PR

O governo Bolsonaro já puniu 18 delegados da Polícia Federal em retaliação. Silvia Amélia foi 18ª punida por fazer seu trabalho. Então chefe da Diretoria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), ela foi responsável por formalizar o pedido de extradição de Allan dos Santos aos Estados Unidos. Foi removida da função.

Além dela, outros 17 delegados já receberam punições similares ao longo da atual gestão.

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Saiba quais delegados foram punidos ou demitidos em retaliação

Ricardo Saadi foi vítima da intriga de policiais bolsonaristas no Rio de Janeiro. Então superintendente da PF no estado, teve sua t roca anunciada em portaria de agosto de 2019.

Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da PF, entrou na mira do governo após defender Saadi. Ele desmentiu Bolsonaro, dizendo que a exoneração não se deu por produtividade, como havia alegado o presidente.

Rolando de Souza, substituto de Valeixo, é ex-diretor e resistiu à pressão de Bolsonaro, que queria trocar cargos na corporação.

Bolsonaro também tirou Denisse Ribeiro, responsável pelo inquérito dos atos golpistas. Ela só pôde ter o inquérito de volta em suas mãos após decisão judicial.

Bernardo Guidali Amaral, delegado do Serviço de Inquéritos Especiais, era responsável por inquérito para investigar Dias Toffoli por acusação de receber propina de R$ 4 milhões em troca de decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Foi rifado pelo presidente em gesto de aproximação com o magistrado.

Felipe Leal, delegado que era responsável por inquérito que apura interferência do mandatário na PF, questionou a cúpula da instituição sobre afastamentos de delegados no inquérito e foi punido. Graziela Costa e Silva, delegada que coordenou abaixo-assinado em apoio a Leal, teve promoção negada.

Hugo Correia, ex-superintendente do DF, foi acusado de dar liberdade demais aos subordinados que investigavam o círculo bolsonarista e foi punido.

Rodrigo Fernandes, que investigou a facada, teve sua promoção negada. Ele concluiu que o atentado não foi um complô da esquerda. Antonio Marcos Lourenço Teixeira, que comandava a segurança de Bolsonaro na eleição, acabou afastado da chefia do Comando de Operações Táticas. Ele teria brigado com o motorista que destravou a porta do carro em que Bolsonaro estava durante a campanha eleitoral.

Carla Patrícia Cintra Barros da Cunha foi removida da Superintendência de Pernambuco por acusações de bolsonaristas de que estaria ligada ao governo do estado, do PSB.

Daniel Grangeiro, que atingiu Arthur Lira e Humberto Martins, aliados de Bolsonaro, por rachadinha, também foi punido.

Cinco delegados que investigaram Salles também foram punidos

A investigação contra Salles, que o ligava a grupo de exportação ilegal de madeira gerou represálias a cinco delegados. Alexandre Saraiva, delegado do Amazonas, foi substituído no cargo. Thiago Leão, responsável pela operação que deflagrou maior apreensão de madeira ilegal da história da PF, também sofreu represálias.

Max Eduardo Pinheiro teve promoção no Amapá negada. Ele teria autorizado Alexandre Saraiva a dar entrevista sobre a investigação de Salles.

Franco Perazzoni foi vetado na chefia do combate ao crime organizado no DF após negar acesso à cúpula da PF ao inquérito que investigava o ex-ministro do Meio Ambiente.

Rubens Lopes da Silva, delegado da Operação Akuanduba, que envolve Salles, perdeu a chefia da Divisão de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente, que tocava a apuração.

 

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Caique Lima

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