Bonner admite que debate da Globo precisa de “abordagem nova” e critica “número de participantes”

Atualizado em 1 de outubro de 2022 às 10:06
Bonner media confronto entre Lula e o pilantra Padre Kelmon

Após o debate de baixo nível da Globo, com a presença do picareta Padre Kelmon, o apresentador William Bonner admitiu num depoimento ao jornal da família Marinho que é preciso “uma abordagem nova”.

Sem citar o candidato laranja de Roberto Jefferson, ele diz que “a lei eleitoral obriga as emissoras a convidar candidatos de partidos que tenham ao menos meia dúzia de parlamentares”.

“Isso aumenta muito o número de participantes. Talvez seja o caso de estabelecer uma regra que aumente a exigência de representatividade política para que um candidato participe dos debates”. Leia:

O mediador tem mais o perfil de um árbitro. O sujeito que faz todo mundo cumprir regras de conhecimento geral e com a concordância de todos. Faço isso há 20 anos — o que me assegura algum grau de tranquilidade.

Mas a é verdade que o nível de tensão desses debates presidenciais tem aumentado a cada eleição. E não é uma coincidência que isso se dê simultaneamente com o surgimento e o crescimento das redes sociais. A intolerância belicista que elas alimentam se dissemina pra fora do universo digital, virtual. E é claro que a política é o ambiente para a tempestade perfeita. Mas nós estamos aprendendo todos os anos. Todos os dias. E eu acho que o debate de ontem (quinta-feira) inaugurou um novo tempo, em que candidatos sem nada a perder podem se dedicar a sabotar a dinâmica previamente combinada. E não importa com qual propósito. Isso é novo e acho que exige uma abordagem nova.

Da mesma forma que, 21 anos atrás, ninguém precisava ficar descalço antes de embarcar num avião, não havia necessidade nenhuma de as regras de um debate preverem punição para quem as desrespeitasse.

Pessoalmente, acho que esta questão terá que ser abordada de agora em diante, no sentido de preservar o valor de um debate entre candidatos para o esclarecimento dos eleitores.

Hoje, a lei eleitoral obriga as emissoras a convidar candidatos de partidos que tenham ao menos meia dúzia de parlamentares. Isso aumenta muito o número de participantes. Talvez seja o caso de estabelecer uma regra que aumente a exigência de representatividade política para que um candidato participe dos debates.