Bolsonaro usa a web para espalhar fake news contra TSE

Atualizado em 25 de fevereiro de 2022 às 20:09
Bolsonaro usou o Whatsapp esta semana para propagar fake news antiga. Foto: Evaristo Sá, AFP

Enquanto deixa os brasileiros “por conta e risco” na Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro continua se dedicando a espalhar notícias falsas. Na madrugada da última quarta-feira (23), o alvo foi Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Bolsonaro compartilhou com os seus aliados um vídeo que distorce uma fala de Barroso a respeito do voto impresso. A fake news, inclusive, é antiga e já circulou antes nas redes sociais bolsonaristas. Trata-se de um vídeo que distorce uma fala de Barroso a respeito do voto impresso.

Leia mais:

1- VÍDEO – Barroso detona ataques de Bolsonaro às eleições: “Repetição mambembe de Trump”

2- Em segundo lugar nas pesquisas, sujeito tentará tumultuar as eleições

3- Mourão confirma que vai abandonar Bolsonaro nas eleições de 2022

TSE já havia desmentido fake news

Na época, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia soltado uma nota para desmentir o conteúdo da mensagem. 

“Um vídeo, sem contexto e editado, tem circulado nas redes sociais insinuando que o atual presidente do TSE era a favor do voto impresso naquele ano. Essa afirmação é falsa”, esclareceu.

O comentário tirado de contexto foi feito durante a apresentação de um novo protótipo da urna eletrônica, em maio de 2017, quando Barroso e outros ministros do TSE manifestaram opiniões sobre o equipamento. O novo modelo de urna fora apresentado porque a Lei 13.165/2015 determinava a impressão do voto após ele ser registrado eletronicamente, mas a medida acabou derrubada pelo Supremo.

Compartilhamento de notícia mentirosa eleva mal-estar

Nos bastidores, os rumores são de que o novo compartilhamento de fake news fez crescer ainda mais o mal-estar entre o presidente e os ministros do STF, mesmo os mais moderados.

Afinal, a retomada dos ataques virtuais ocorre três meses depois de Bolsonaro afirmar que a polêmica em torno das urnas eletrônicas era “capítulo encerrado” e que ele “passou a acreditar no voto eletrônico”.

Em outras palavras, ao voltar a lançar dúvidas sobre a credibilidade do sistema, retomam as preocupações de uma reação golpista do presidente diante dos resultados das urnas.

Em 2021, a Polícia Federal viu crime da parte de Bolsonaro ao divulgar “um inquérito policial que deveria permanecer em segredo” relacionado a um suposto ataque ao sistema da corte eleitoral.