Brasil de Bolsonaro: 35 milhões não têm acesso à água tratada

Atualizado em 22 de março de 2022 às 10:35
Falta de saneamento no Brasil
As regiões mais afetadas pela falta de saneamento são Norte e Nordeste. Foto. Politize

Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta terça-feira (22), mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada em todo o país. Além disso, 100 milhões não têm coleta de esgoto. Ao mesmo tempo, apenas 50% do esgoto é tratado no Brasil, o que significa que mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza todos os dias. Isso é um resultado do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em homenagem ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, o documento considera os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes ao ano de 2020, e analisa os indicadores de saneamento das 100 maiores cidades do país, que concentram aproximadamente 40% da população brasileira.

De acordo com a presidente-executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, a situação é ainda mais grave quando são comparadas as 20 melhores com as 20 piores do país, segundo Pretto. “Existe uma discrepância muito grande. A população atendida com coleta de esgoto nas melhores é de 95,5%, enquanto que, nas piores, é de 31,8%”, diz.

O presidente Jair Bolsonaro previu, com o Marco do Saneamento, água potável para 99% da população e coleta de esgoto para 90% das pessoas até 2033. Entretanto, faltando um ano para esse prazo, os dados são preocupantes.

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Ainda segundo Luana, umas das principais correlações que o estudo estabelece é que, quanto mais investimentos são feitos no setor do saneamento, melhores são os serviços e os indicadores. Na prática, isso significa que as cidades com indicadores péssimo e com grande necessidade de investimento investem muito menos em saneamento do que as cidades com bons indicadores e com serviços melhores.

“O investimento por habitante, ou seja, quantos reais foram investidos por habitante do município, mostra esta diferença. Entre as melhores cidades, o investimento é de R$ 135,24 por pessoa. Já entre as piores, é de R$ 48,90”, diz a presidente-executiva.

O reflexo disso é que as melhores cidades seguem melhorando e permanecendo no grupo das melhores, enquanto as piores seguem estagnadas nas últimas posições. Cidades de São Paulo, Paraná e Minas Gerais ocupam as primeiras posições, enquanto que cidades do Rio de Janeiro e de estados das regiões Norte e Nordeste estão entre as últimas.

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