O Brasil precisa de Lula. Por Aloizio Mercadante

Atualizado em 19 de setembro de 2021 às 17:41
Lula e Mercadante em tela dividida
Lula e Aloizio Mercadante. Foto: Fotos Públicas/Wikimedia Commons

O ex-ministro Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA), escreve sobre o jantar de Michel Temer e os golpistas, que tentam domesticar a extrema direita de Jair Bolsonaro. E fala sobre a necessidade de Lula na Presidência do Brasil.

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Mercadante fala sobre Lula

Lula e Aloizio Mercadante (Foto: Brasil247/Reprodução)

O fatídico jantar em que Temer e a elite de homens brancos, ricos e reacionários aparecem debochando de Bolsonaro é o retrato simbólico da degradação política e de um que governo que agoniza em busca de sobrevivência. Em razão do gigantesco fiasco dos atos golpistas do 7 de setembro, Bolsonaro traiu sua própria base, se acovardou diante de uma pauta que ele mesmo definiu e deixou ao relento antigos parceiros e velhos aliados golpistas.

O desfecho que culminou na “carta de rendição” e na humilhação do “jantar do deboche” dá a medida da completa desmoralização de Bolsonaro, cada vez mais refém do Centrão. Já Temer, o operador das sombras, que saiu do governo como o presidente mais impopular desde a redemocratização, retorna ao cenário político com a mesma atitude golpista de sempre.

A chamada terceira via segue em uma disputa acirrada pelo terceiro lugar. Sem um nome competitivo, sem unidade, sem capacidade de mobilização, sem argumentos para superar o antibolsonarismo tardio, porque todos os pré-candidados fizeram campanha e apoiaram Bolsonaro ou se omitiram, e seguem sem divergir da agenda econômica neoliberal do golpe e de Bolsonaro-Guedes.

Na pesquisa Datafolha desta semana, a reprovação de Bolsonaro atinge o pior índice da série histórica, 53%, enquanto o Brasil atravessa um momento dramático. Um verdadeiro flagelo social, econômico e sanitário tomou conta do cotidiano do povo brasileiro. A pobreza já atinge 30% da população, o desemprego e o desalento são parte da vida de mais de 20 milhões de brasileiros e a inflação para os mais pobres já comprometeu 21% da renda dos mais pobres, sem falar no espantoso aumento dos preços dos combustíveis e da energia, com o risco crescente de um severo racionamento. A miséria e a fome estão por toda parte, agravadas pela falta de políticas sociais de proteção, que foram ou estão sendo retiradas.

A pesquisa também indica um larga vantagem de Lula na corrida presidencial do ano que vem. O petista tem entre 42% e 44% das intenções de votos a depender do cenário testado . Na 2º turno, Lula derrotaria qualquer outro candidato e contra Bolsonaro, por exemplo, vence por 56% contra 31%. Outro dado relevante é que Bolsonaro aparece com o maior índice de rejeição entre todos os candidatos, 59%.

Mais do que nunca, o Brasil precisa de Lula. Precisa de Lula, porque ele é a esperança do povo. Precisa de Lula para superar o ódio e recuperar a capacidade de diálogo. Precisa de Lula, porque ele é a maior liderança popular da história do país e tem um profundo compromisso com a democracia. Precisa de Lula, porque ele é o grande agente portador de futuro. Precisa de Lula, porque ele representa um projeto de desenvolvimento nacional, com estabilidade, crescimento com justiça social, soberania, altivez internacional e sustentabilidade ambiental.

Mas, a vitória de Lula nas urnas passa, primeiro, pela garantia do processo eleitoral brasileiro. Por isso, começa a se formar uma ampla unidade dos progressistas e democratas, que tem como centro tático a defesa da democracia e do impeachment de Bolsonaro. As mobilizações populares, que contam com adesão de PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade, além das centrais sindicais, das entidades do campo popular e dos movimentos sociais, irão culminar em dois grandes atos, nos dias 2 de outubro e 15 de novembro.

O futuro das eleições e da democracia depende de uma ampla campanha semelhante às Diretas Já. E, com o povo na rua, assistiremos, pela terceira vez na história, o presidente Lula subir a rampa do Palácio do Planalto, vestir a faixa presidencial e resgatar a esperança do nosso povo para reconstruir o Brasil.