Brasileiros em Gaza seguem esperando reabertura da fronteira, que pode ocorrer hoje

Atualizado em 11 de novembro de 2023 às 7:56
Brasileiros em Gaza. Foto: reprodução

Após mais de um mês desde o início do conflito entre Israel e Hamas, brasileiros aguardam a oportunidade de deixar a Faixa de Gaza, tendo recebido autorização para utilizar a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

Contudo, a expectativa foi frustrada, pois a passagem de Rafah foi fechada pouco depois da liberação, impedindo a saída dos brasileiros na última sexta-feira (10), conforme programado. A fronteira permanece inacessível neste sábado (11) devido aos intensos combates em torno da região do maior hospital local, o Al-Shifa.

Com a chegada do sábado e a possibilidade de reabertura do posto de Rafah, se renova a esperança de que o grupo poderá finalmente deixar a zona de guerra.

O Itamaraty elaborou uma nova listagem de brasileiros e familiares para serem retirados de Gaza e trazidos ao Brasil. Há entre 40 e 50 nomes. Essa segunda lista complementa o grupo de 34 brasileiros.

A lista de evacuação também inclui, além dos brasileiros, cidadãos de outros 14 países, totalizando 554 pessoas, marcando a sétima leva de estrangeiros planejada para deixar a região.

Os países envolvidos são Canadá (265), Romênia (101), Rússia (82), Polônia (26), Estados Unidos (14), Albânia (14), Nova Zelândia (12), China (10), Alemanha (8), Índia (7), Indonésia (6), Dinamarca (5), Holanda (2) e Malásia (2).

Fronteira de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito. Foto: Mohammed Talatene/ Getty Images

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, esclareceu que, apesar da autorização para os brasileiros deixarem Gaza, o fechamento do posto de controle na fronteira com o Egito impediu sua saída. Vieira expressou preocupação, afirmando que estão em contato com todas as partes envolvidas e esperam uma autorização rápida para a travessia.

Ele destacou também a complexidade da passagem para o Egito, aberta por apenas algumas horas diárias, com prioridade para ambulâncias com feridos antes da passagem de cidadãos de outros países. Além disso, ressaltou a incerteza sobre quando a fronteira será reaberta devido à situação de conflito em Gaza.

“A passagem [para o Egito] é complexa porque fica aberta durante poucas horas por dia. Há entendimento que primeiro passa ambulância com feridos e só depois disso passam os nacionais de outros países. Foi o que aconteceu hoje, ontem e quarta. Não teve passagem de Gaza para o Egito por impossibilidade de terminarem de passar as ambulâncias”, disse o ministro.

Vieira espera ainda que a ordem de saída seja mantida quando a fronteira for reaberta, mesmo em caso de atrasos, embora reconheça que isso dependerá da decisão de ambas as partes: “Esperamos e contamos com o fato de que, no momento que for aberta a passagem de Rafah, essa ordem de passagem seja mantida, com atraso de dois dias, três dias, mas que seja mantida”.

O grupo de brasileiros aguarda em um alojamento próximo a Rafah, providenciado pela embaixada brasileira, desde a manhã do dia anterior, à espera da abertura da passagem.

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