Brigadeirão: cigana cobrava até R$ 18 mil para fazer “amarrações amorosas”

Atualizado em 6 de junho de 2024 às 17:44
Suyany Breschak foi presa por envolvimento na morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond. Foto: Reprodução

Suyany Breschak, que se apresentava nas redes sociais como “Cigana Esmeralda”, foi presa em 29 de maio em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, acusada de ser a mentora do “crime do brigadeirão”, cometido por Júlia Cathermol Pimenta. Aos 27 anos, ela também é apontada por cobrar até R$ 18 mil por “amarrações amorosas”. Suyany dizia ser uma cigana legítima e especialista em união amorosa, com uma ampla base de seguidores nas redes sociais, somando quase 700 mil perfis entre contas abertas e fechadas.

Em seu primeiro depoimento, ela afirmou à polícia que trabalhava com umbanda e linha branca, alegando não causar mal a ninguém. Em suas redes sociais, ela compartilha vídeos ensinando simpatias, fazendo previsões e comprando itens para rituais, inclusive em lojas de artigos de umbanda em Niterói.

Quem a contatava pelo WhatsApp recebia uma mensagem automática detalhando seus serviços, incluindo amarrações amorosas que prometiam fazer com que a pessoa amada “rastejasse implorando pelo perdão”.

A tabela de preços das “amarrações” variava de R$ 2.200 para um enlace de três anos até R$ 18 mil para uma amarração amorosa definitiva. Os interessados precisavam fornecer nome completo, data de nascimento e uma foto da pessoa a ser “amarrada”. Suyany garantia resultados dentro de 21 dias.

Suyany como “Cigana Esmeralda”. Foto: reprodução

À polícia, a suposta revelou que tinha R$ 600 mil a receber de Júlia, presa e acusada de assassinar Luiz Marcelo Ormond por envenenamento. Segundo Suyany, a namorada da vítima era sua cliente há 12 anos e a procurou inicialmente para reconquistar um ex-namorado.

Segundo a investigação, Júlia também fazia “limpezas espirituais” para ocultar seu trabalho como garota de programa de familiares e parceiros, o que gerou uma dívida de R$ 600 mil com Suyany, dos quais apenas R$ 200 mil foram pagos.

O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), afirmou que a morte de Ormond foi motivada por dinheiro, com Suyany sendo a mentora do crime. “Podemos falar com bastante segurança que há elementos nos autos, muitos elementos indicativos, de que a Suyany seria a mandante e arquiteta desse plano criminoso”, declarou Buss.

Júlia teria uma grande admiração por Suyany, o que facilitou a manipulação e teria confessado que agiu a mando da cigana. O delegado explicou que Suyany instruiu Júlia a comprar e moer 60 comprimidos de morfina para adicionar ao brigadeirão que também continha Clonazepam.

“A própria Suyany teria procurado informações sobre a aquisição de tal medicamento”, frisou o delegado. Após a morte de Ormond por overdose, Júlia pegou o carro do empresário, um Honda CRV, e dirigiu até Araruama, onde entregou o veículo a Suyany para abater parte da dívida.

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