Carlos Bolsonaro comandava “gabinete do ódio”, diz Mauro Cid em delação

Atualizado em 11 de novembro de 2023 às 9:17
Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro. Foto: reprodução

Em mais uma série de explanações da delação premiada firmada com a Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estava à frente do chamado “gabinete do ódio”. Esse grupo, composto por assessores do Palácio do Planalto, é alvo de investigações devido a suspeitas de promover ataques a adversários políticos e às instituições democráticas por meio das redes sociais.

A delação de Cid, homologada em setembro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), trouxe novos elementos sobre a atuação de Carlos no comando das estratégias nas redes sociais do então presidente da República. O “gabinete do ódio” contava com os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, cujas nomeações eram atribuídas ao filho “02”.

A vinculação direta de Carlos ao grupo, segundo Cid, inclui o vereador dando ordens e comandando o “gabinete do ódio”. Essas revelações, até então, não apenas confirmam as investigações já em curso sobre as milícias digitais, mas também destacam o papel de liderança exercido por ele no grupo.

As investigações da Polícia Federal já apontavam para a atuação dessas milícias digitais na disseminação de desconfiança sobre o processo eleitoral, contribuindo para manifestações antidemocráticas.

Tércio Arnaud, membro do gabinete do ódio, e Bolsonaro. Foto: reprodução

Em depoimento anterior no inquérito dos atos antidemocráticos, Carlos negou ser responsável por ataques a autoridades e afirmou não ter vínculos com a política de comunicação do governo federal.

Além disso, a delação de Cid revelou que Jair Bolsonaro também estava envolvido na disseminação de notícias falsas. O tenente-coronel afirmou que o ex-presidente usava seu próprio telefone celular para encaminhar mensagens com conteúdo falso, atacando as urnas eletrônicas e diversas autoridades, incluindo ministros do STF.

A confirmação dessas práticas foi obtida pela PF por meio de diálogos encontrados no telefone celular do empresário Meyer Nigri. Essas mensagens, reveladas anteriormente, incluíam ataques ao Judiciário, às urnas eletrônicas e às vacinas.

No entanto, a delação de Cid tem sido alvo de críticas, com a Procuradoria-Geral da República sugerindo diligências para obter elementos de corroboração. A defesa de Jair Bolsonaro negou irregularidades, enquanto Carlos Bolsonaro, Tércio, José Matheus e Matos Diniz negaram anteriormente, em depoimentos à Polícia Federal, terem disseminado ataques às instituições democráticas.

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