Na noite de 30 de julho de 2020, um homem chamado Leandro de Souza Cavalieri Valle, que se declara “Cavaleiro de Bolsonaro”, estacionou com um carro de som na porta do condomínio do youtuber Felipe Neto e gritou: “Pilantra, pilantra, pilantra. Para mim é um pedófilo disfarçado de apresentador de crianças”.
O DCM obteve, com exclusividade, documentos que mostram uma grave acusação de agressão de Cavalieri contra a própria filha, que tinha 6 anos na época.
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A grave acusação que envolve o “Cavaleiro de Bolsonaro”
Antes de intimidar Felipe Neto, Cavalieri esteve no ataque com fogos de artifício contra o Supremo Tribunal Federal em junho daquele ano. Ele disse na época:
“Sou Cavalieri do Otoni, assessor parlamentar do deputado Otoni de Paula. Você [STF] não vai acabar com o nosso Brasil. Viva a democracia, canalha, tá? Nosso Brasil vai ser livre eternamente, em nome de Jesus”.
Ele, no entanto, nunca foi assessor do deputado bolsonarista Otoni de Paula, do PSC do Rio.
Em suas redes sociais, Cavalieri tem diversas publicações contra o influenciador, inclusive em tom de ameaça. “É, Felipe Neto. A gente vai se encontrar em breve. Eu quero ver se ‘tu’ é macho. Eu quero ver ‘tu’ tirar onda comigo. Teus seguranças não me intimidam não, irmão, que aqui também o bonde é pesado”, diz em uma das publicações.
O jornalista Ruben Berta em seu blog entrevistou Leandro Cavalieri. O “Cavaleiro de Bolsonaro” teve um cargo na prefeitura de Marcelo Crivella entre os dias 10 de maio e 18 de novembro de 2018. Ele foi nomeado assessor especial da Superintendência de Supervisão Regional da Área de Planejamento 3.8, referente ao bairro de Anchieta, na Zona Norte do Rio. O salárioseria de cerca de R$ 3,5 mil brutos.
Cavalieri depois se tornou crítico de Crivella e comentou o trabalho na prefeitura:
“Eu trabalhava todo dia, eu tava na rua, pá… Limpando… Tenho várias, bilhões de fotos fazendo pela comunidade, tudo, tudo. Mas foi pouco tempo. Mas aí, sim. Eu fui nomeado. E era um salário de merda. Era acho que R$ 2 mil, acho que só pagava a minha gasolina”.
O bolsonarista foi indicado, segundo o próprio, para o cargo por um “membro da Igreja Universal”.
Essa é a história de Leandro Cavalieri dentro da política. Em 2020, ele se candidatou ao cargo de vereador com o nome “Guerreiro do Rio” e não foi eleito.
Na vida privada, o militante que tentou intimidar Felipe Neto tem uma acusação grave envolvendo sua própria família.
Um boletim de ocorrência foi registrado no dia 30 de julho de 2012 pela ex-esposa de Leandro Cavalieri. A acusação? Lesão corporal contra sua filha Eduarda*, que tinha na época 6 anos. Diz o BO:
“No dia de ontem, por volta das 19h e 30min, recebeu a filha das mãos da esposa do ex-marido, depois do período de visitação paterna. Disse que ao chegar a filha foi logo dizendo que o pai havia lhe batido com o chinelo nas costas e com a mão no rosto dela. Essa agressão ocorreu na casa do pai”.
Fugindo da Justiça
Leandro Cavalieri está sendo processado criminalmente pelas ofensas contra a honra de Felipe Neto.
Também está sendo acusado pelos crimes de perturbação e ameaça, após denúncia feita pelo Ministério Público.
Leandro Cavalieri não se encontra no endereço antigo, segundo a Justiça, e nem sinalizou a nova residência. Não responde aos emails, não atende as ligações e ignora as mensagens de WhatsApp.
Outro lado
O DCM procurou Leandro Cavalieri para prestar esclarecimentos e mandou as seguintes perguntas:
1 – Você ainda mantém relação com sua filha após essa acusação de agressão? E com sua ex-esposa?
2 – O senhor quer comentar a sua visão sobre o episódio?
3 – O senhor não enxerga contradição entre defender a família tradicional e ter uma acusação desse tipo?
*O nome completo da filha de Cavalieri foi suprimido.