Cid diz que Bolsonaro ordenou fraude em cartão de vacinação contra Covid-19

Atualizado em 23 de outubro de 2023 às 20:56
Tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse em sua delação premiada com a Polícia Federal (PF) que recebeu ordens diretas do ex-presidente para confeccionar certificados falsos de vacina contra a Covid-19. A informação foi divulgada pelo colunista Aguirre Talento, do UOL, nesta segunda-feira (23).

Em um dos depoimentos prestados à PF como parte de seu acordo de colaboração, Cid confessou sua participação no esquema e relatou que providenciou os documentos falsos por meio de aliados.

O tenente-coronel afirmou que imprimiu os certificados falsos em nome de Bolsonaro e de sua filha mais nova, Laura Bolsonaro. Cid ainda disse que entregou os documentos em mãos ao então presidente.

Os dados falsos das vacinas de Bolsonaro e Laura foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro do ano passado por funcionários da Prefeitura de Duque de Caxias.

Tenente-coronel Mauro Cid e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Procurado, o advogado Fábio Wajngarten negou a acusação. “Eu garanto que o presidente nunca pediu nem pra ele, nem para a filha dele. Até porque o mundo inteiro conhece a posição dele sobre as vacinas, e o visto dele, como presidente da República, não necessitava de comprovante de vacina”, alegou o ex-secretário de Comunicação no governo Bolsonaro.

“A filha menor de idade também não tinha necessidade, razão pela qual não fez qualquer pedido ao tenente-coronel Mauro Cid sobre os certificados”, acrescentou.

O relato de Cid contradiz a versão apresentada por Bolsonaro à Polícia Federal. Em maio, o ex-chefe do Executivo disse desconhecer o esquema e que não teria orientado fraudes em cartão de vacinação para seu uso próprio ou de familiares.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link