
Há uma semana, praticamente todos os atores políticos consideravam como certo o impeachment de Bolsonaro. Nos corredores de Brasília, no entanto, a situação deu uma cambalhota. E parte disso se deve à ajuda importante de Ciro Gomes e do MBL.
O DCM conversou com assessores que transitam em Brasília e todos concordam que não há clima para o impeachment neste momento. Se, depois do 7 de setembro, tudo indicava que Bolsonaro cairia, agora tudo mudou. Parte disso, claro, por causa da carta assinada pelo presidente, que acalmou o Centrão e o recolocou como parceiro fiel.
Desde então, os partidos mais fieis ao presidente e que estavam prestes a pular do barco, mudaram de ideia. A ideia era esperar um pouco mais para ver o comportamento de Bolsonaro antes de abraçar a causa. Mas aí vieram os atos de ontem (12).
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Ciro Gomes, MBL e Bolsonaro
Os atos, como se sabe, fracassaram miseravelmente. Em SP, por exemplo, somente 6 mil pessoas apareceram, ou seja, menos de 5% dos manifestantes pró-Bolsonaro. Isso foi um fator determinante para causar alívio à pressão pelo impeachment.
Um deputado ligado ao Centrão contou, sob a condição de sigilo, que nos grupos de WhatsApp o clima mudou. Antes, a pressão era para que os partidos desembarcassem do governo e abraçassem o impeachment. “Agora, todo mundo entende que não há clima para tirar Bolsonaro”.
Não se trata de popularidade, afinal todas as pesquisas mostram que o presidente não tem apoio popular. Mas quem está contra, neste momento, não foi às ruas, e isso enfraquece a narrativa. Como Ciro e o MBL insistiram em transformar o que poderia ser um ato democrático num ato pela terceira via, o plano naufragou. Sem o PT e a esquerda, os atos ficaram esvaziados e deu força para Bolsonaro. Ou seja, Ciro ajudou a brecar o impeachment.