“Clima de luto”: Bolsonaro ficou deprimido por não conseguir golpe, dizem aliados

Atualizado em 15 de março de 2024 às 16:49
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Após a retirada do sigilo dos depoimentos sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, novos detalhes revelam o clima entre Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados após a derrota eleitoral para Lula em 2022. Fontes ligadas às investigações destacam que o ex-presidente estava em “clima de luto” e mais inconformado com a falha na trama golpista para permanecer no poder do que com a própria derrota nas urnas.

Segundo informações obtidas durante as investigações da Polícia Federal (PF), Bolsonaro não teria reagido inicialmente à derrota eleitoral, permanecendo recluso no Palácio do Alvorada. No entanto, pressões de diversos setores, incluindo políticos, amigos e militares, o instigaram a adotar uma postura para reverter o cenário eleitoral, resultando no seguimento nos planos por um de golpe de Estado.

De acordo com a jornalista Andréia Sadi, apresentadora da GloboNews, uma fonte que também prestou depoimento à PF afirmou que o ex-mandatário “não ficou triste porque perdeu as eleições, mas porque não conseguiu dar o golpe como queria”.

Em seu depoimento à PF, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, descreveu “o clima era de luto” no Palácio da Alvorada, afirmando que Bolsonaro mal conversava com alguém após as eleições. Valdemar também ressaltou que nunca concordou com as alegações do ex-presidente sobre fraudes nas urnas eletrônicas.

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foto: reprodução

O presidente do PL admitiu ter sido pressionado por Bolsonaro e outros membros do partido para contestar o resultado eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas negou qualquer envolvimento ou conhecimento sobre a minuta golpista proposta pelo ex-presidente.

Os ex-comandantes de forças militares, general Marco Antonio Freire Gomes, do Exército, e o tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, da Aeronáutica, afirmaram em depoimentos que foram abordados e pressionados por pessoas do clã bolsonarista para aderirem ao golpe de Estado.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foram dois nomes citados pelos militares como golpistas que os questionaram sobre a adesão ao plano.

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