“Como consumir alimentos mofados”: aliada de Guedes, imprensa romantiza crise

Atualizado em 7 de março de 2021 às 15:32
Ana Maria Braga ‘ostentou’ o cabelo azul e o colar de tomates no Mais Você desta terça-feira (9). Foto: Reprodução/Globo

Lembra do “apesar da crise” dos tempos do governo Dilma, quando a grande imprensa sempre mostrava que algo estava indo bem, apesar do PT estar destruindo a vida das pessoas?

A mídia está cada vez menos simpática ao presidente Jair Bolsonaro, mas gosta muito da pauta econômica de seu ministro Paulo Guedes e, como prova desse amor, empreende alguns esforços para normalizar situações que em outros tempos seriam motivos para mandar hordas de manifestantes à Av. Paulista.

Abaixo, temos alguns:

A carne está cara? Nada que um churrasco vegano não resolva…

O preço do arroz está pela hora da morte? O presidente nem precisava mandar o cidadão comprar o cereal na Venezuela, já que a maior emissora do país ensinou as pessoas a substituí-lo nas refeições.

A sua bandeira jamais será vermelha, mas a da conta de sua luz, sim? Que tal substituir o ar-condicionado pelo ventilador. (E aqui nota-se que eles estão falando com um público que provavelmente melhorou de vida nos tempos do “década” mas que não está dando conta de acompanhar os novos tempos impostos pelo neoliberalismo)

Se o dinheiro está curto para comprar alimentos novos, sabia que há meios seguros de se consumir aqueles que estão quase estragando? O que não se pode é passar fome e começar a culpar a política econômica…

Se não tem carne, que comam ovos:

O leitor que chegou até aqui pode até ter rido de alguma das situações acima, pois algumas realmente beiram ao ridículo.

Mas essa última demonstra até onde pode chegar a canalhice de certos setores da imprensa. Romantizar a condição de pessoas em situação de rua é ultrapassar todo e qualquer limite da civilidade: