Conheça Gabriel Boric, ex-líder estudantil e novo presidente do Chile

Atualizado em 20 de dezembro de 2021 às 6:43
Boric
Boric – Foto: Reprodução

Gabriel Boric, 35 anos, teve um dura missão na eleição presidencial do Chile. O candidado progressista da Frente Ampla tinha como seu adversário o empresário José Antonio Kast, um representante da extrema-direita saudosista da ditadura de Augusto Pinochet.

Se a eleição acontecesse um ano antes, Gabriel Boric não poderia concorrer. Assim como no Brasil, para presidir o país é necessário ter no mínimo 35 anos, e ele, que nasceu em 1986, só passou desta idade no dia 11 de fevereiro deste ano, 10 meses antes de ser eleito presidente neste domingo.

Até poucos meses atrás, muitos entendiam que Boric era o grande favorito para se tornar o novo ocupante do Palácio de La Moneda. Nessa lógica, vimos que o resultado foi o segundo mais amplo desde a redemocratização. A margem de Boric sobre Kast, de 11,8 pontos, só não supera a ampla margem que Michelle Bachelet conquistou em 2013, de 24,4 pontos sobre Evelyn Matthei.

Leia também:

1; Após jantar, Lula diz que quer Alckmin como vice: “Se o partido dele quiser”

2; Maioria dos brasileiros acha Lula o melhor presidente da história e Bolsonaro o pior, diz Datafolha

3; Em jantar do Prerrogativas, Lula pediu Alckmin no PSD

Conheça Gabriel Boric

Boric começou sua militância política lutando por educação pública, gratuita e de qualidade em um país estruturado pelo modelo neoliberal dos tempos de Pinochet. A mobilização de 2011 tomou grandes proporções e estremeceu o solo chileno. A história política do presidente eleito é a história desse processo. Naqueles tempos, presidiu o diretório estudantil da Universidade do Chile.

Boric, que faz parte de movimentos conhecidos como de “nova esquerda” conquistou sua candidatura nas eleições presidenciais após derrotar o comunista Daniel Jadue nas prévias da Frente Ampla. O candidato era visto como palatável e acabou vencendo de Jadue, que é prefeito de Recoleta e era até mais conhecido nacionalmente.

Já como candidato, o principal desafio do ex-líder estudantil era o de representar o espírito de mudança social do Chile rebelde ao mesmo tempo que deveria fazer frente ao ultraconservadorismo de Kast, o empresário, comparado ao presidente Jair Bolsonaro, é saudosista da ditadura de Pinochet e representava o extremo oposto a todo o processo que vinha sendo construído nos últimos anos.

Jovem, preocupado com causas feministas e ambientais, oriundo do movimento estudantil, fã de rock e torcedor fanático do time de futebol da Universidade Católica, Boric conseguiu se mobilizar com amplos setores que não estavam com ele inicialmente e incorporar o anti-pinochetismo.

Em mensagem publicada no Twitter após o resultado, Boric celebrou a unidade. “Somos unidade. Somos esperança. Somos mais quando estamos juntos. Seguimos!”, escreveu.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link