Contra alta dos juros, manifestantes protestam no Rio, Brasília e Salvador. Por Juba Maria

Atualizado em 14 de fevereiro de 2023 às 23:08
Brasileiros protestam contra alta dos juros do Banco Central. Foto: Reprodução

Na manhã seguinte à entrevista concedida pelo presidente do Banco Central (BC), Campos Neto, ao Roda Viva, manifestantes protestaram no Rio de Janeiro, Salvador e Brasília. Os atos realizados nesta terça-feira (14/2) foram convocados por entidades sindicais em razão da atual política de juros defendida pelo banco, que estaria prejudicando o desenvolvimento do Brasil. Campos Neto assumiu a presidência do BC em 2019, por indicação de Bolsonaro e, a não ser que se disponha a deixar a função, deve permanecer no cargo até dezembro de 2024.

Em frente à sede do BC em Salvador, o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebbase), Hermelino Neto, denunciou que Campos Neto tem colocado em prática uma política econômica liberal derrotada nas urnas. “Os juros altos só interessam aos bancos, aos credores da dívida pública e ao mercado financeiro, enfim, ao rentismo”, disse.

Protestos contra a autonomia do Banco Central. Foto: Reprodução

Independência relativa

Para Hermelino Neto, a independência do Banco Central não existe de fato. Segundo ele, um banco que trabalha a favor do capital financeiro e contra o povo brasileiro, não é independente e sim “subserviente”. Ele também defendeu a necessidade de medidas que alterem o que chama de “política de sabotagem do BC” para que o país possa gerar empregos, distribuir renda e fazer a economia crescer. “Essa taxa de 13,75% é a maior do mundo e não interessa ao capital produtivo, nem aos trabalhadores”, finalizou.

Protesto no Rio de Janeiro contra alta dos juros do Banco Central. Foto: Reprodução

No Distrito Federal, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) denunciou o que chama de “sabotagem” da gestão de Roberto Campos Neto e clamou por “menos especulação e mais produção”. No mesmo sentido, na capital fluminense, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos (Sintect-RJ) pediu um basta à política dos juros altos.

A deputada estadual Dani Balbo (PCdoB-RJ) também participou do ato. Eleita primeira deputada transexual do Rio de Janeiro, ela defendeu a redução da taxa de juros e uma política monetária que atenda os interesses do povo. “Campos Neto, pare de mentir em rede nacional como fez ontem”, disse.

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