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O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado pela pastora Damares Alves, anunciou que passou a apurar o caso do brutal assassinato do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, somente nesta quarta-feira (2). O jovem, que vivia no Brasil desde 2011, foi assassinado no dia 24 de janeiro. O fato ganhou ampla repercussão no último domingo (30/01).
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Ministério de Damares pediu esclarecimentos sobre o caso
Na terça-feira (1º), a pasta informou que enviou um ofício à Polícia Civil do Rio e à Delegacia de Homicídios da capital. O documento pede esclarecimentos sobre o caso e diz que a partir de agora o ministério irá acompanhar as apurações diariamente.
Em publicação nas redes sociais, a ministra disse que está trabalhando em silêncio sobre a morte do congolês. “Não dá pra vir pra rede social o tempo todo falar tudo o que estamos fazendo. Trabalhamos em silêncio, mas trabalhamos”, afirmou.
Não dá pra vir pra rede social o tempo todo falar tudo o que estamos fazendo. Trabalhamos em silêncio, mas trabalhamos. https://t.co/71tClUfG17
— Damares Alves (@DamaresAlves) February 2, 2022
Ao menos duas secretarias do órgão já haviam iniciado procedimentos para que algo fosse feito sobre o assunto, mas as duas tentativas só receberam atenção da cúpula hoje. A ministra de Bolsonaro foi cobrada nas redes sociais por ativistas do movimento negro e dos direitos humanos a agir. Grupos como a UNE (União Nacional dos Estudantes) também a questionaram sobre a atuação da pasta no caso.
De acordo com o ministério, o secretário de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Esequiel Roque, viajará ao Rio na próxima semana para acompanhar o caso.
A família do congolês e grupos da sociedade civil estão organizando uma manifestação para às 10h deste sábado. O ato acontecerá em frente ao local do crime, o quiosque Tropicália, no posto 8 da orla da Barra da Tijuca.
O assassinato de Moïse Kabagambe
O congolês morava no Brasil desde criança com a sua família, que fugia da guerra no Congo. Ele trabalhava no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca.
Moïse morreu depois de ser agredido por um grupo – o número varia de dois a cinco, na segunda-feira (24). Sua família ficou sabendo da morte apenas 12 horas depois, no dia seguinte.
Os parentes e amigos do jovem realizaram um protesto no sábado (29) na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca.