David Miranda anuncia em carta aberta saída do PSOL e filiação ao PDT

Atualizado em 22 de janeiro de 2022 às 16:05
Miranda e Ciro
Deputado anuncia que vai deixar o PSOL em carta aberta

O deputado federal David Miranda anunciou sua saída do PSOL em uma carta aberta divulgada nas redes sociais no dia de hoje (22). Ele disse que passará a integrar o PDT a partir de março.

“Tempos de mudança. Carta aberta do Deputado David Miranda: porque sairei do PSOL e integrarei o PDT a partir de março”, disse nas redes sociais.

“A minha saída do PSOL – que será efetivada em março –, não significa uma ruptura com os atuais companheiros de luta – que continuo considerando aliados -, nem um afastamento dos valores que me levaram ao partido anos atrás. Pelo contrário, em diversos sentidos representa um retorno aos valores que me motivaram a entrar para a política, e uma oportunidade de renovação e radicalização deles”, afirmou na carta.

Junto à carta, o deputado publicou uma foto ao lado de Ciro e de seu marido, o jornalista Glenn Greenwald.

Miranda diz que o PDT é um partido de esquerda mais bem posicionado, já que é o único, segundo ele, com um candidato à Presidência com um projeto pra o Brasil que “não depende de de pactos com aqueles que sempre foram e continuam sendo inimigos do povo”.

O parlamentar afirma que espera encontrar aliados entre os novos companheiros de partido e diz que não depende da política para viver e que pode seguir as próprias convicções.

“Entre os novos companheiros de partido espero encontrar aliados para propostas pragmáticas necessárias para promover melhorias imediatas na vida dos mais necessitados (…) Apesar da origem humilde, eu não dependo da política para viver, e por isso posso seguir minhas convicções.”

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David Miranda fala sobre pautas identitárias e diz que elas são centrais em sua vida

Miranda também falou sobre as pautas identitárias e como elas são importantes para ele: “As pautas identitárias são e sempre serão centrais na minha própria identidade e atuação política, mas o seu descolamento da luta de classes, sua absorção pela lógica neoliberal têm levado ao acirramento das diferenças entre grupos oprimidos, em vez da construção de um projeto coletivo de libertação”.

Ele defende no texto o diálogo amplo com representantes de campos ideológicos diferentes, criticou a esquerda e a lógica do cancelamento.

“O fazer político dentro de uma democracia exige o diálogo justamente com aqueles que pensam diferente, sobretudo em épocas de grandes retrocessos como a que enfrentamos agora. Mas parte da esquerda brasileira parece ter esquecido desta premissa básica e ter se tornado refém da lógica do cancelamento que predomina nos ambientes digitais, levando essa lógica para dentro da atuação política”.

Miranda ainda se posiciona contra uma federalização “que na prática significará a homogeneização da esquerda pela máquina petista”.

“Não é hora de se submeter obedientemente ao PT e aceitar covardemente que um retorno ao passado é o melhor que podemos fazer pelo Brasil neste momento. É hora de ter coragem. E caso Lula venha a ser eleito, acredito ser ainda mais importante e necessária a articulação de uma oposição ao governo dentro do campo da esquerda”, afirma.

Ao fim do texto, o deputado diz que “é com esse sentimento de renovação e construção de futuro que eu irei para o PDT.  Para renovar meu compromisso comigo mesmo e com os meus. Mas também para renovar o compromisso do partido com seu próprio legado histórico.”

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