DCM vence na Justiça bolsonarista que usou taco de beisebol na Paulista e se dizia “filha de general”

Atualizado em 29 de setembro de 2021 às 8:17
Maria Cristina empunha seu taco de beisebol na Paulista

A bolsonarista Maria Cristina de Araújo Rocha, pensionista do Exército pelo fato de ser filha de oficial, divorciada, sedizente amiga do general Villas Bôas, foi derrotada na Justiça em processo movido contra o DCM.

Maria Cristina ficou famosa por um protesto na Paulista em que ameaçava as pessoas com um taco de beisebol com a inscrição “Rivotril”.

Antes disso, já tinha postado no Facebook mensagens agressivas contra o STF, especialmente o ex-ministro Celso de Mello.

Ela se sentiu ofendida ao ser retratada como fascista, xenófoba e extremista de direita e nos processou. Ficou contrariada com um perfil escrito por Joaquim de Carvalho em que sua filha contava quem ela era.

Entre outras coisas, revelou que Cristina nunca foi filha de general, como alegava, mas de coronel forçado ao exílio na França após aparecer com camiseta de Che Guevara no início dos anos 70.

Cristina sustentava que o DCM lhe causou danos à imagem.

No entanto, segundo nosso advogado, Francisco Ramos, “quem o fez foi a própria demandante se lançando à mídia com posicionamentos políticos polêmicos e, com isso, sujeitando-se não apenas às críticas jornalísticas, bem como aos esclarecimentos que precisou conferir junto à Delegacia de Polícia”.

De acordo com a sóbria decisão do juiz Luís Eduardo Scarabelli, “pode-se afirmar que o exercício da atividade de imprensa não transbordou dos limites da liberdade de expressão, direito fundamental assegurado constitucionalmente, como já dito”. Acesse aqui a decisão (doc_13670434)

Por certo, a autora não ostenta a condição de figura pública, mas o fato de se posicionar, de forma incisiva e inflamada, a respeito de suas opiniões políticas, tanto em suas redes sociais (fls. 355/366), quanto, por exemplo, participando de vídeos no Youtube intitulado de ‘entrevista com Cris Rocha’, em que tece críticas a opositores políticos do atual governo, alcançando mais de dezoito mil visualizações (fls. 230/258), contribui para sua exposição a julgamentos e à opinião crítica que, por vezes, irão incomodá-la – assim como suas críticas podem incomodar terceiros, mas que, como no presente caso, não são capazes de configurar exercício abusivo do direito de manifestação do pensamento”, prossegue Scarabelli.

Cristina está metida em outra confusão. Foi denunciada pelo Ministério Público por “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

Com mais duas amigas, Neusa de Oliveira e Simone Gomes da Costa, ela foi em março de 2020 a uma manifestação no consulado da China em São Paulo.

Exibiam faixas e cartazes com palavras de ordem como “Chinese Wuhan Pneumonia”, “China fora do Brasil seu vírus acabando com os empregos”, “China desgraça do mundo”, “Vírus made in China” etc.

Diante de um funcionário que gravava os ataques, gritaram: “Seus ratos imundos! Grava aí seu rato! Seu rato chinês! Rato chinês! Rato da pior qualidade!”

Em interrogatório, confessaram tudo, diz o relatório do MP.

Ataques de Maria Cristina e amigas aos chineses em SP