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Delatores reclamam de colaborações e detonam Lava Jato: “Sofrimento físico e mental”

Procuradores da Lava Jato de Curitiba

Os delatores da operação Lava Jato têm se queixado e se arrependido de fechar acordos de colaboração com a força-tarefa. O instrumento jurídico foi um pilar para os procuradores e seus alvos agora tentam rever obrigações impostas ou fazem críticas às circunstâncias aceitas à época. A informação é da Folha de S.Paulo.

Um dos advogados que defendeu réus na operação afirmou que os acordos foram firmados dentro de uma ideia de que os processos aconteciam regularmente, mas que hoje se sabe de irregularidades que “lá atrás não se tinha” conhecimento.

A Lava Jato tem sofrido uma série de desgastes nos últimos anos, como a “Vaza Jato”, que revelou mensagens que mostravam a proximidade entre procuradores e o então ex-juiz e atualmente senador Sergio Moro (União-PR).

Um dos primeiros acordo de colaboração premiada fechados pela operação foi o do doleiro Alberto Youssef, que hoje contesta o acordo. Sua defesa questiona se a iniciativa foi espontânea e citam o episódio de gravação de conversas em carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR).

Com a decadência da Lava Jato, réus têm tentado contestar restrições de direitos e pagamentos de multas. O marqueteiro João Santana fechou um acordo em 2017 e precisa cumprir serviço comunitário até 2032.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), só em Curitiba foram fechados 209 acordos de colaboração premiada desde que a operação foi deflagrada, em 2014. Dois outros delatores também vieram a público recentemente para reclamar de autoridades da Lava Jata, como o ex-ministro Antonio Palocci.

Os advogados de Palocci afirmaram à Vara Federal de Curitiba que ele queria falar sobre “erros da Lava Jato” para contribuir com um sistema de Justiça “mais garantista” e detalhar o contexto de seu acordo. O juiz Eduardo Appio chegou a aceitar o pedido de audiência, mas o depoimento não ocorreu por ordem da segunda instância.

Entre os delatores que reclamam de irregularidades da Lava Jato ainda há o ex-deputado federal Pedro Corrêa, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, o empreiteiro Salim Schahin e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

O empresário Emílio Odebrecht, que não chegou a ser preso pela Lava Jato, afirmou, em seu livro “Uma Guerra contra o Brasil”, que a operação era uma “fabrica de delações” e que havia “insuportável sofrimento físico e mental” imposto por autoridades.

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Caique Lima

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