Deputado bolsonarista é cassado no Rio Grande do Sul

Atualizado em 24 de março de 2022 às 23:27
Assembleia Legislativa do RS abre processo de cassação contra deputado bolsonarista. foto do dpeutado Irigaray (à esquerda) com Carlos Bolsonaro (à direita) fazendo o sinal da "arminha".
Votação se encerrou com 45 parlamentares favoráveis à cassação e três contrários. Foto: Divulgação

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul decidiu por aprovar na última terça-feira (22) a cassação do deputado bolsonarista Ruy Irigaray (União brasil), que respondia por um suposto desvio de função de servidores do gabinete para obras na casa da sogra do parlamentar. No total, foram 45 votos favoráveis, três contrários e sete abstenções.

O parlamentar usou o tempo no plenário para se defender. Ele afirmou que o imóvel não foi utilizado para trabalho durante a pandemia da Covid-19. “Eu, com o dinheiro do meu próprio bolso, utilizei de um imóvel na Zona Sul de Porto Alegre, no qual meus assessores trabalharam lá, de forma parlamentar”, afirmou.

Com a decisão, que foi publicada no Diário Oficial na última quarta (23), o deputado ficará inelegível durante oito anos. Ele foi eleito pelo PSL, hoje fundido ao União Brasil, com 102,1 mil votos com a principal promessa de lutar contra a corrupção. Ele foi o segundo mais votado entre os 55 eleitos em 2018.

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Casa da sogra de deputado bolsonarista chegou a abrigar 15 assessores

Segundo o relato de uma assessora, a casa da sogra chegou a abrigar cerca de 15 servidores, que se dividiam na realização de tarefas do gabinete do parlamentar, troca de piso, reformas de banheiros e pinturas.  Os salários dos assessores variavam de R$ 2,7 mil até R$ 9 mil.

O processo foi aberto em maio de 2021 pela Assembleia do RS, que investigava também a organização de um esquema de “rachadinha” para exigir parte dos salários dos assessores, conforme foi relatado por ex-funcionárias. O parlamentar também foi acusado de montar um gabinete do ódio para atacar colegas deputados nas redes sociais. No entanto, a ALRS não encontrou provas que deem indícios das práticas de “rachadinha” e “gabinete do ódio”.

Em uma investigação, o Ministério Público afirmou que houve “enriquecimento ilícito em benefício próprio e de seus familiares”, além de considerá-lo suspeito por improbidade administrativa.

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