Por Moisés Mendes
Uma notícia que faz bem aos perseguidos por ações na Justiça apresentadas por racistas, fascistas e sonegadores que se sentem ofendidos por referências às suas condições de racistas, fascistas e sonegadores.
O secretário especial da Cultura, Mario Frias, perdeu a ação de danos morais que moveu contra o ator Armando Babaioff, que o chamou de “racista”, “bosta”, “sem talento” e “sem caráter” numa publicação no Twitter em julho do ano passado.
O 6º Juizado Especial Cível de Brasília julgou o pedido improcedente ao entender que a crítica de Babaioff era uma opinião pessoal e que Frias é uma figura “política e ocupador de cargo público” e que por isso está sujeito ao “escrutínio popular”.
A decisão destaca que o racismo ainda é “notório” em nosso país e que “há a incorreta e lamentável associação de afrodescendentes a aspectos negativos, tais como a sujeira”. Mário Frias havia dito que o historiador Jones Manoel necessitava de um “bom banho”.
No Brasil, racista não gosta de ser chamado de racista. Fascista odeia ser chamado de fascista. E o grande sonegador reage e faz ameaças quando é chamado de sonegador.
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Racista não gosta de ser chamado de racista
Todos eles processam os que os chamam de racista, fascista e sonegador. E alguns ganham as ações em primeira instância, mesmo que sejam racistas, fascistas e sonegadores.
O racista, o fascista e o sonegador são tipos que confiam demais na Justiça, ou não usariam tanto o recurso da ação por injúria e difamação.
O mais ameaçador de todos é o sonegador. Ele detém poder econômico, até porque acumulou um bom dinheiro sonegando.
Racistas, fascistas e sonegadores são o que são. Não há injúria nenhuma em chamá-los pelas palavras que os definem.
A injúria é cometida por eles, por dano imoral, quando fica comprovado que eles são de fato racistas, fascistas e sonegadores.
O que o Brasil precisa é de mais gente com o destemor de Armando Babaioff, ainda uma raridade entre os que enfrentam as ameaças de racistas, fascistas e sonegadores.
Por Moisés Mendes em seu blog.