Diretora de rádio que fez “autodenúncia” ao TSE é bolsonarista e se reuniu com Michelle

Atualizado em 26 de outubro de 2022 às 15:45
Diretora da rádio JM Online, Lídia Prata, com o presidente Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução/Redes sociais

A rádio JM Online, de Uberaba, Minas Gerais, citada pelo servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre Gomes Machado em depoimento à Polícia Federal (PF), está ligada diretamente ao bolsonarismo.

Nas redes sociais, a diretora da rádio, Lídia Prata, não esconde sua preferência pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Ela publicou uma foto com Michelle Bolsonaro no último domingo (23), quando a primeira-dama esteve na cidade para evento de campanha.

Lídia Prata com Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução/Redes sociais

Exonerado do cargo de assessor de gabinete da Secretaria Judiciária do TSE, Machado disse à PF que a emissora praticamente se “autodenunciou” a corte eleitoral ao encaminhar um e-mail afirmando não ter colocado no ar 100 inserções do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) entre os dias 7 e 10 de outubro de 2022.

Hoje, o TSE emitiu uma nota dizendo que não é sua função distribuir o material de campanha dos candidatos a ser veiculado no horário gratuito e que as emissoras de rádio e televisão devem procurar ter acesso às mídias e divulgá-las em seus canais, conforme as normas estabelecidas pela corte.

Em busca de garantir que as inserções cheguem aos veículos, foi montado um pool de emissoras que recebe o material dos partidos em formato digital e faz a geração do sinal dos programas. O pool está instalado na sede do TSE, mas é formado por representantes dos principais canais de comunicação de todo o país. Portanto, cabe aos partidos encaminhar o conteúdo e às emissoras buscá-lo no pool.

Ontem, a campanha do presidente apresentou ao TSE um novo relatório sobre a denúncia de que emissoras de rádio teriam dado prioridade às inserções de Lula (PT) em suas programações durante o segundo turno, em detrimento da propaganda de Bolsonaro.

Em entrevista à CNN, Machado disse que “estão tentando criar uma cortina de fumaça sobre a exoneração”, e que ele não tem “nada a ver com a fiscalização” das emissoras. “O meu trabalho é fazer com que as rádios tenham o conteúdo. Eu tinha feito todo o meu trabalho e achei que estava tudo tranquilo”, afirmou.

Além de Michelle, a diretora da rádio JM Online, citada pelo servidor, também coleciona encontros com políticos de extrema-direita. Em outra publicação ela aparece ao lado do ex-jogador de vôlei e deputado federal Maurício Souza (PL) e também tem uma foto com presidente Jair Bolsonaro (PL), durante uma visita do chefe do Executivo em Uberaba, em maio deste ano.

Lídia Prata com o deputado Maurício Souza. Foto: Reprodução/Redes sociais
Lídia Prata com o presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Redes sociais
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