Por que Doria já é carta fora do baralho na corrida presidencial. Por José Cássio

Matadoras para as pretensões de João Doria as declarações de Alexandre Leite

Atualizado em 23 de fevereiro de 2022 às 10:02
Doria toma café com leite em bar em SP
Agora o gestor perdeu a sua perna no movimento popular

Matadoras para as pretensões de João Doria as declarações de Alexandre Leite à Folha nesta semana. Menos pela capacidade de análise do deputado federal pelo União Brasil e mais pelo que ele representa: Alexandre é filho de Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Ninguém menos que o líder popular da zona Sul da capital que levou Doria para andar na periferia. Primeiro na campanha pela prefeitura e depois ao governo do estado.

O filho de Leite diz que Doria tem problemas de personalidade – o que não é novidade. Defende que o vice-governador Rodrigo Garcia – ex-DEM, ex-parceiro do pai – se afaste do gestor para manter suas pretensões de governar o estado. E por aí, segue.

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Doria tomando café no boteco

O primeiro evento popular da vida de Doria aconteceu no início de 2016, quando ainda era candidato nas prévias do PSDB para a prefeitura de São paulo. Foi no Grajaú, numa inauguração da CPTM, levado por Milton Leite.

No Largo 13, coração do bairro de Santo Amaro, é que aparece com cara de quem vai vomitar ao tomar um pingado no boteco.

Quando a capital o rejeitou, na eleição para o governo em 2018, foi Milton Leite quem conteve a sangria de votos que quase resultou na derrota no segundo turno.

É vívida no PSDB a cena em que Doria, acompanhado de Milton e assessores, tenta convencer eleitores de última hora no sábado antes da votação na represa do Guarapiranga.

Milton Leite e Doria.
Milton Leite e Doria. Foto: Marcelo Ximenez/CMSP

Alexandre, o ventríloquo

Milton Leite, obviamente, fala pelo filho: diz que Doria pode contaminar a candidatura de Rodrigo Garcia ao governo. Chega a dizer que o barco está afundando e o vice não tem onde se agarrar: “Não acho que o Rodrigo deva se agarrar à imagem dele se o Doria continuar em decadência”, diz Alexandre.

É preciso bater sempre na mesma tecla: que liderança nacional de peso está com João Doria? Nenhuma. O gestor não tem apoio de governadores, senadores, deputados, líderes religiosos, empresariais. Nada.

E agora perdeu o último braço que tinha no campo popular.

Nem Milton Leite, que nunca se preocupou com popularidade por nunca ter dependido disso, quer aparecer ao lado de Dória. Na visão dele, o gestor  está matando a galinha dos ovos de ouro da turma – Rodrigo Garcia, cuja candidatura é a chance de manterem o controle da máquina estatal paulista.

Por fim, Doria é comparado a Bolsonaro pelo filho ventríloquo do homem que o levou para os braços do povo e que agora o abandona. É o Bolsodoria reeditado, de trás para frente e muito pior do que aquele que vimos surgir em 2018.

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