Foto: Reprodução/YouTube/SBT
No decorrer dos próximos 15 dias, o procurador-geral da República, Augusto Aras, estimou que o órgão deve apresentar, aproximadamente, 200 denúncias contra os bolsonaristas envolvidos nas invasões terroristas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), no último domingo (8).
Ao que se sabe, 39 bolsonaristas que estavam presentes nos atos antidemocráticos já foram acusados. Até o final desta semana, outras 10 denúncias devem ser ajuizadas.
As declarações do presidente da Procuradoria-Geral da República (PGR) foram feitas durante uma entrevista ao SBT, nesta terça-feira (18). O doutor agradeceu a oportunidade para falar dos assuntos.
O procurador-geral destacou que as investigações englobam agentes públicos, mandantes intelectuais, financiadores e executores dos crimes. Ele não descartou uma “união” para uma “solução conciliada” com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Congresso Nacional.
Até o momento, os vândalos acusados deverão responder pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Além disso, também será apurado dano qualificado por violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável e considerável prejuízo à vítima.
Por outro lado, a PGR escolheu por não denunciá-los por atos de terrorismo. Segundo a entidade, não foi possível comprovar que a depredação nas sedes dos Três Poderes tenha sido motivada “por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião”, que é necessário para configurar o crime.
Os detidos por envolvimento nos atos de vandalismo em Brasília já passam de 1,3 mil. Os materiais que foram apreendidos, como celulares, computadores e documentos, podem auxiliar na identificação de outros coautores dos crimes.
Antes disso, na manhã desta segunda-feira (16), o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira (PP), entregou uma notícia-crime sobre os atos golpistas para Aras. O deputado comentou sobre a necessidade da punição dos responsáveis pelos crimes e pediu a reação dos órgãos.
Aras, na ocasião, declarou que “tomará todas as medidas cabíveis junto às autoridades judiciais para apurar e punir os responsáveis pelos atos e sobretudo para impedir que fatos como os registrados no dia 8 de janeiro voltem a ocorrer no país”. O procurador solicitou uma investigação criminal no DF.
Veja a entrevista: