“É caso de prisão de preventiva”, diz Kakay sobre Bolsonaro na embaixada da Hungria

Atualizado em 25 de março de 2024 às 15:29
Bolsonaro na embaixada da Hungria

“Se comprovado que Bolsonaro dormiu dois dias na na embaixada da Hungria, será muito fácil para a Polícia Federal levantar os motivos dessa possibilidade de fuga”, diz o jurista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

O New York Times revelou que o ex-presidente dormiu na embaixada da Hungria entre 12 e 14 de fevereiro, governada por seu amigo de extrema direita Viktor Orbán. “Não vou negar”, admitiu Bolsonaro.

“Hoje a jurisprudência é toda favorável à prisão preventiva, se comprovada essa possibilidade de fuga”, reforça Kakay.

“Se quiserem, podem prender Bolsonaro hoje”, diz fonte da PF ao DCM. Um funcionário da embaixada da Hungria confirmou o plano de receber Bolsonaro, segundo o New York Times.

Caso permanecesse dentro da missão diplomática, Bolsonaro não poderia ser alvo de uma ordem de prisão, por exemplo, por tratar-se de prédio protegido pelas convenções diplomáticas.

No dia 8 de fevereiro, a Polícia Federal brasileira apreendeu o passaporte de Bolsonaro e deteve dois de seus antigos assessores, acusados de conspirar para um golpe após a derrota nas eleições presidenciais de 2022. Até o momento, a embaixada da Hungria não se pronunciou sobre o assunto.

Bolsonaro tem laços estreitos com Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, há vários anos. Durante uma visita à Hungria em 2022, referiu-se a Orbán como seu “irmão”. Mais tarde, naquele ano, o ministro das Relações Exteriores húngaro sondou um membro do governo Bolsonaro sobre possíveis maneiras de auxiliar na campanha pela reeleição de Bolsonaro, conforme indicado por fontes do governo brasileiro.

Em dezembro, Bolsonaro encontrou-se com Orbán em Buenos Aires, por ocasião da cerimônia de posse do novo presidente de direita da Argentina, Javier Milei. Nesse encontro, Orbán elogiou Bolsonaro, chamando-o de “herói”.