Embaixador de Israel acusa Brasil de agir de modo “estranho” ao não chamar o Hamas de terrorista

Atualizado em 14 de outubro de 2023 às 19:38
Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine. Foto: Igo Estrela

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, afirmou na sexta-feira (13) que o governo brasileiro é “um pouco estranho” por não classificar o Hamas como um grupo terrorista.

“Não sei se é falta de sensibilidade, mas, ao nosso ver, as coisas são bem claras: um ataque bárbaro e cruel sobre cidadãos israelenses não tem outro nome que não terror. E a falta da palavra ‘terror’ [por parte do governo brasileiro, ao se referir ao] Hamas, para nós, foi um pouco estranho”, disse Zonshine à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

No dia 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ter ficado “chocado” com os “ataques terroristas”.

Na última quinta-feira (11), no quinto dia de conflito, o petista fez um apelo para que o Hamas libertasse as crianças israelenses que foram sequestradas e que, do outro lado, Israel cessasse os bombardeios para que crianças palestinas e suas mães deixassem a Faixa de Gaza.

Palestinos inspecionam os escombros de um edifício após ter sido atingido por um ataque aéreo israelense, na cidade de Gaza. Foto: Fatima Shbair/AP

Segundo o embaixador, Israel não tem “nada contra” a possibilidade de cidadãos brasileiros saírem de Gaza, mas que não acredita na possibilidade de um corredor humanitário ser negociado com o Hamas.

“Honestamente, o único diálogo com o Hamas é por tiros. Não tem diálogo com o Hamas, ele não tem diálogo conosco”, afirmou. “Nós não temos nada contra a possibilidade de cidadãos brasileiros saírem da Faixa de Gaza. Ela tem também uma fronteira com o Egito, é uma coisa que pode funcionar nesse sentido. Mas espero que todos tenham a possibilidade de sair de lá sãos e salvos”, acrescentou.

Sobre a Organizações das Nações Unidas (ONU) não reconhecer o Hamas como terrorista, Zonshine disse que a instituição “é um órgão muito complicado e difícil”. “Quando olhamos para alguns países, nós temos a mesma opinião. A definição, acho, deve ser de que é uma organização terrorista”, declarou.

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