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Acredite se quiser: Weintraub e seu irmão comparam Olavo a Santos Dumont

Olavo de Carvalho. Foto: Reprodução

Da Folha de S.Paulo.

Na noite da última segunda-feira (19), uma live de quase três horas de duração reuniu seis dos mais dedicados e influentes propagadores do pensamento do filósofo Olavo de Carvalho.

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Estavam lá para ajudar o ideólogo do bolsonarismo e da chamada nova direita, que recentemente teve de ser internado com problemas respiratórios. Já fora do hospital, Olavo dá início nesta semana a um curso online de ciência política, ao custo de R$ 600 por cinco aulas, e um dos objetivos do evento era fazer propaganda dele.

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Mas a conversa –que até a tarde desta quarta (21) tinha 168 mil visualizações no YouTube– foi muito mais do que isso e demonstrou o tamanho da influência de Olavo sobre a direita. Não há exagero em definir o olavismo como uma quase religião.

Participaram o sociólogo Silvio Grimaldo, ex-assessor especial do Ministério da Educação; o empresário e influenciador digital Leandro Ruschel; o dono do canal Terça Livre, Allan dos Santos; o youtuber católico Bernardo Kuster; e os irmãos Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, e Arthur, ex-assessor da Presidência da República.

Haveria um sétimo participante, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, mas ele teve de cancelar na última hora por compromissos inadiáveis, conforme foi divulgado na live. O próprio Olavo não participou, por estar descansando para se preparar para seu curso.

“Sou contra endeusar as pessoas, mas o Olavo é brilhante”, disse Abraham Weintraub, direto de Washington, onde trabalha no Banco Mundial. “Eu considero ter aula com ele como ter aula com Santos Dumont sobre aeronaves, ou de música com Heitor Villas-Lobos.”

A seu lado, o irmão Arthur, que hoje trabalha na OEA (Organização dos Estados Americanos), concordou, atribuindo ao filósofo dons de clarividência. “Ele consegue ver as coisas sem ter estado lá. Consegue saber simplesmente deduzindo. É impressionante.”

Mesmo um dos pontos mais criticados de Olavo, a sua verborragia e o uso de vocabulário chulo, tem um viés positivo, segundo Arthur. “Aqueles palavrões que ele usa, aquilo é genial, porque tem impacto nas ideias, você aprende muito rápido, assimila rápido”.

Ruschel, atualmente morando em Miami e trabalhando no mercado financeiro, diz que a leitura de livros de Olavo o resgatou de um ambiente contaminado pela esquerda.

“O Olavo me salvou. Eu entrei na universidade, caí numa faculdade federal e foi uma máquina de triturar ossos. Você é sugado por uma cultura de esquerda. E isso porque eu passei num curso de engenharia, não de humanas. Em poucos meses, o pessoal já estava me levando para passeatas pró-Palestina, para causas de esquerda”, relatou.

Para Grimaldo, que trabalha no jornal eletrônico Brasil Sem Medo, alinhado às ideias do professor, o grande mérito de Olavo é a capacidade de ter ressonância entre as pessoas, mesmo que não tenham muita formação acadêmica.

Isso se manifesta, por exemplo, na popularidade do documentário “Jardim das Aflições”, do cineasta Josias Teófilo, que narra a trajetória de Olavo. “Quando você vê o DVD do Josias disputando espaço no camelódromo com o [cantor sertanejo] Gusttavo Lima, percebe que esse impacto a esquerda não consegue impedir”, disse Grimaldo.

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