Apoie o DCM

Aliados querem Bolsonaro ‘paz e amor’ e partindo para cima do eleitor da 3a via

Bolsonaro e a canetada
Bolsonaro pode dar canetadaAlia

Em trégua há mais de um mês com o Judiciário, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode ter perdido uma parcela de apoiadores mais radicais, mas auxiliares diretos dizem acreditar que sua versão “paz e amor” deve trazer votos da centro-direita na campanha de 2022.

A avaliação entre interlocutores no Planalto é que não deve haver um candidato competitivo da chamada terceira via no próximo pleito. As eleições, apostam eles, deverão ser polarizadas entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com ministros, a postura que o mandatário vinha adotando até as manifestações de raiz golpista do 7 de Setembro afastava eleitores não radicais do presidente.
Os atos golpistas representaram um auge de radicalização de Bolsonaro, após semanas de declarações do presidente com ameaças e xingamentos a ministros do STF, questionando as urnas eletrônicas e colocando em dúvida a própria realização do pleito presidencial em 2022.

Leia também:

1; Zé de Abreu publica nota sobre candidatura: “Compromisso número 1 é ajudar a reconstrução do Brasil”

2; Aberto há 7 meses, PF ainda não ouviu Jair Renan em inquérito sobre tráfico de influência

3; Eduardo Bolsonaro tenta justificar viagem a Dubai e leva invertida de internauta

​Com o novo tom, auxiliares avaliam que Bolsonaro pode se apresentar nas eleições como alternativa palatável a eleitores da centro-direita. A expectativa é que, caso nenhuma opção da terceira via decole, esse público acabará abraçando Bolsonaro diante da possibilidade da volta do ex-presidente Lula.

A principal aposta é tentar reeditar 2018, quando o mandatário se beneficiou do antipetismo disseminado entre esses eleitores.

Ainda segundo assessores, o incômodo que apoiadores mais radicais manifestaram após o recuo de Bolsonaro nos ataques contra as instituições não gera maiores preocupações para a eleição.

A avaliação é que esses eleitores não terão opção a não ser votar em Bolsonaro —ainda mais em um cenário em que o principal oponente deve ser Lula.

A estratégia desenhada no Planalto está refletida em uma publicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente.

O congressista compartilhou nas redes sociais um postagem de Bolsonaro, sobre itens que tiveram impostos federais zerados, como rádios e telas de LCD, e junto dela escreveu: “E os ‘liberais’ da ‘3ª via’ ficam como…”.

Um dos maiores desafios para conquistar o voto dessa parcela do eleitorado, admitem os interlocutores, é justamente o grande obstáculo do mandatário nas urnas: reverter o grave quadro de crise econômica e conter o aumento de preços.

Crise econômica

Para a população mais pobre, o caminho traçado pelo governo é destravar o lançamento do sucessor do Bolsa Família, o chamado Auxílio Brasil.

Mas Bolsonaro também tem tentado se recolocar no cenário político como representante de credenciais liberais. Recentemente, ele disse ter vontade de privatizar a Petrobras.

“Já tenho vontade de privatizar a Petrobras, tenho vontade. Vou ver com a equipe da Economia o que a gente pode fazer”, afirmou na quinta-feira (14).ado como um possível nome para abrir palanque para Bolsonaro —apesar de ele não ser totalmente alinhado ao Planalto. Com reportagem da Folha.