Alunos afirmam que professor demitido por falar de estupro cometeu mais ofensas

Alguns alunos do professor de medicina de Belém (PA) demitido na sexta (26) depois de um vazamento de vídeo em que ele questiona uma aluna se levaria lubrificante a uma hipotética cena de estupro dizem que não foi a primeira vez que ele agiu de maneira ofensiva.
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Professor agiu de maneira incorreta em outras ocasiões
Site Universa do UOL entrou em contato com alunos do Unifamaz (Centro Universitário Metropolitano da Amazônia) que afirmam que o docente costumava tratar os estudantes de forma grosseira e desrespeitosa.
Essas grosserias eram especialmente com as mulheres em sala de aula.
Uma delas contou que as ofensas aconteciam durante as aulas práticas e que o docente teve um comportamento semelhante com outra aluna, da turma do segundo ano, em 17 de novembro, mesmo dia em que o vídeo foi gravado.
“Esse caso foi com uma colega nossa que está grávida. Ele tentou coagi-la. Os colegas falaram: ‘Ela tá grávida’. Ele respondeu: “Não tô nem aí, não tô nem vendo’. Ele sempre tentava deixar um ar de nervosismo e tensão durante as aulas práticas, usava palavras e expressões inapropriadas. Então esses absurdos foram além do limite e teve essa gravação do vídeo para comprovar”, afirma que o estudante do segundo ano de medicina, Bruno Nery.
Universitário critica a forma como o professor abordava os alunos em sala de aula.
“Hoje, na nossa turma, o nosso sentimento é de revolta, porque não é só a nossa colega, mas cada um de nós. Eu tenho uma filha. Isso [o fato de ser professor] não dá o direito de tratar assim uma mulher, uma colega de turma, uma futura colega de trabalho”, ressalta.
Outra aluna dele, do último ano do curso de medicina e que preferiu não ser identificada, revelou que assim que o vídeo viralizou outros casos começaram a aparecer.
“Infelizmente, com essa exposição outros alunos — ele é professor de outras instituições — acabaram manifestando experiências negativas com ele, incomodadas com a forma como ele aborda os alunos, os temas e os pacientes”.
Ela conta que presenciou comentários preconceituosos do docente durante a apresentação dos trabalhos.
“Ele tem fama de ser muito rígido na correção dos trabalhos. Às vezes fala muito da aparência das pessoas, da forma como elas falam, muito mais do que do trabalho em si, do conteúdo. Isso é muito incômodo. Aconteceu comigo e outros colegas”.
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