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Após intimidação de Bolsonaro, Anvisa recebeu 169 emails com ameaças contra vacinação infantil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que demitiu funcionários do Iphan para favorecer obra de Luciano Hang. Foto: Evaristo Sá/AFP
O presidente Jair Bolsonaro (PL) ameaçou Anvisa por vacinação infantil. Foto: Evaristo Sá/AFP

Até esta segunda-feira (27), a Anvisa recebeu 169 e-mails com ameaças a seus funcionários. O levantamento interno começou a ser feito no último dia 17, um dia depois de Jair Bolsonaro ter intimidado técnicos da agência.

A PF investiga o caso, que também tramita no STF. Parte das mensagens faz ameaças de morte. Tudo começou após a Anvisa aprovar a vacinação contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.

“Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de cinco anos. Queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento”, disse Bolsonaro há 10 dias.

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Anvisa cobrou autoridades por ameaças

O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, e os diretores da agência disseram ser vítimas de um “ativismo político violento”.

No mês passado, os funcionários já haviam recebido pelo menos cinco ameaças de morte por e-mail quando a Pfizer anunciou que pediria o aval da Anvisa para a vacinação infantil, como já ocorre em países da Europa e nos Estados Unidos. Na ocasião, Barra Torres havia cobrado uma resposta imediata das autoridades federais.

“É muito difícil lidar com isso. É uma coisa muito grave. Se não for corrigida duramente agora, a gente abre um precedente muito grave de banalizar esse tipo de episódio. Amanhã surge outro, depois outro. Daqui a pouco o Estado democrático de direito deixa de existir”, afirmou Barra Torres.

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