Cezinha de Madureira ensaia balão em Malafaia e bancada evangélica implode no Congresso
Travando uma guerra, integrantes da bancada evangélica na Câmara e no Senado estão de olho nas eleições deste ano e querem ocupar a presidência da Frente Parlamentar no Congresso. Ela é composta por 115 deputados e 13 senadores.
Teve racha na Assembleia de Deus, maior denominação evangélica do Brasil. Áudios entre os deputados Cezinha de Madureira (PSD-SP) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) foram vazados nas redes com trocas de acusações e ofensas.
Tudo começou em 2020, quando um acordo foi feito, que era o revezamento na presidência da Frente.
Funcionária da seguinte forma: Cezinha, que é ligado ao Ministério de Madureira, comandado pelo bispo Manoel Ferreira, ficaria na presidência em 2021, e Sóstenes, ligado ao pastor Silas Malafaia, da Vitória de Cristo, em 2022.
Só que Cezinha ensaia para não cumprir o acordo para se manter na presidência do bloco.
A briga começou há duas semanas, quando o deputado Abílio Santana (PL-BA), que é ligado a Cezinha, postou um vídeo questionando a validade do acordo.
O acordo foi feito no dia 17 de dezembro de 2020, quando o então líder dos evangélicos na Casa, Silas Câmara (Republicanos-AM) perguntou aos integrantes da bancada se aceitavam Cezinha em 2021 e Sóstenes em 2022.
Abílio não estava presente, mas as pessoas que estavam concordaram com a ordem de sucessão, inclusive Cezinha.
O deputado do DEM, Sóstenes gravou um vídeo aos seus eleitores, e nele afirma o acordo feito na reunião em que foi discutida a alternância de poder na Frente.
“Eu tenho certeza de que o deputado Cezinha vai cumprir o acordo porque ele, até aqui, tem sido um parlamentar de palavra “diz o deputado em seu vídeo.
“O foco principal nosso vai ser lutar pela reeleição do máximo de colegas e o aumento da bancada para 2022, tanto na Câmara como no Senado. Quero fazer também um encontro, um congresso, em cada região do país sobre religião e política.”
Parlamentares influentes na bancada estão evitando expor a sua opinião sobre o conflito.
O antecessor de Cezinha, Silas Câmara alega que houve o acordo, mas não quis dar detalhes.
“Eu não posso falar sobre isso porque eles estão se entendendo. Não falo com ambos desde o dia 21 de dezembro. Mas houve um acordo (antes)” disse Silas.
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Outros conflitos
No fim de 2021, os parlamentares do grupo tiveram mais uma crise.
A bancada evangélica se dividiu quando o projeto que legaliza os jogos de azar entrou na pauta da câmara e virou “moeda de troca”.
O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), fez um acordo com parte da Frente do congresso, que era para discutir em plenário a legalização dos jogos.
Em troca, houve a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC,) que isenta igrejas de pagar imposto em terreno alugado por denominações religiosas.
Malafaia e Cezinha estranharam publicamente quando o último foi acusado de fechar um acordo com o presidente da Casa, sem consultar o conjunto de bancada evangélica.
Essa discussão deve voltar em fevereiro, desta vez com votação do texto