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Bia Kicis blinda Guedes e não vota convocação de ministro para explicar offshore

Veja Paulo Guedes e Bia Kicis
Paulo Guedes e Bia Kicis. Foto: Reprodução

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Bia Kicis, negou nesta quarta (6) colocar em votação um pedido para convocar Paulo Guedes para explicar uma empresa offshore que ele mantém nas Ilhas Britânicas Virgens, famoso paraíso fiscal.

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Bia protege Guedes

Requerimento é de autoria da deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, e foi assinado por outros 27 parlamentares.

Segundo o Metrópoles, Kicis, no entanto, recusou a votar o pedido, argumentando que o requerimento não tinha relação com o tema da comissão, considerada a mais importante da Câmara.

Nesta terça-feira, as comissões de Trabalho, Serviço e Administração Pública e de Fiscalização e Controle já haviam aprovado pedidos de convocação de Guedes. Já a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado chancelou um convite.

A existência da offshore foi revelada neste domingo (3) pelo especial Pandora Papers. As investigações mostraram que Guedes pode ter lucrado R$ 14 milhões com a valorização do dólar apenas durante o seu mandato a frente da pasta.

Mais sobre Pandora Papers

Presidentes e ex-presidentes de Chile, Equador, Colômbia e Paraguai, citados nos “Pandora Papers” negam que operações financeiras tenham sido ilegais, mas opositores pedem esclarecimentos. A América Latina tem 14 dos 35 líderes mundiais expostos na maior investigação jornalística da história. A região perde anualmente US$ 300 bilhões em sonegação de impostos.

O capítulo latino-americano da investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês) divulgado nesse domingo (3) aponta, sobretudo, para 14 dos 35 chefes e ex-chefes de Estado do mundo envolvidos em sociedades offshore. Esses líderes latino-americanos alegam ter todas as contas e ativos no exterior declarados e negam qualquer atividade ilícita.

“Nem o presidente nem a sua família possuem sociedades de investimento no exterior”, garante a Presidência do Chile. “Aqui não existiu nenhum encobrimento de nenhuma natureza”, afirma o presidente do Equador, Guillermo Lasso. “Nunca ocultei a identidade dos diretores e beneficiários”, defende-se o ex-presidente colombiano, Andrés Pastrana. “Todas as declarações exigidas por lei, assim como o pagamento de impostos vinculados ao ativo estão em regra”, responde o ex-presidente paraguaio, Horacio Cartes.

Dos 14 líderes latino-americanos, três estão hoje no poder: Sebastián Piñera, do Chile, Guillermo Lasso, do Equador, e Luis Abinader, da República Dominicana. Os demais são ex-presidentes: os colombianos César Gaviria e Andrés Pastrana, o peruano Pedro Pablo Kuczynski, o hondurenho Porfirio Lobo, o paraguaio Horacio Cartes e os panamenhos Juan Carlos Varela, Ricardo Martinelli e Ernesto Pérez Balladares.