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“Bico” cresce e Brasil paga cada vez menos

"Bico" cresce e Brasil paga cada vez menos
Com taxa de desemprego nas alturas, trabalhadores têm topado ganhar cada vez menos. Foto: Agência Brasil

O famoso “bico” tem crescido no Brasil. A precarização do trabalho avança como reflexo do desemprego no país. Entre o segundo trimestre de 2019 e o segundo de 2021, o número de brasileiros nesta condição aumentou em mais de dois milhões. A situação se caracteriza por pessoas que não têm carteira assinada ou qualquer vínculo formal e recebem menos de um salário mínimo mensalmente (R$ 1,1 mil).

No segundo trimestre de 2019, 48,2% dos trabalhadores atuavam por conta própria. Hoje, a porcentagem já atinge mais da metade da população: 55,6%. Os dados são da consultoria Idados, feitos a partir de levantamento da Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O grupo soma mais de 25 milhões de pessoas ou 28,3% dos ocupados. No período, 709,5 mil começaram a exercer atividade nessa condição. O número de brasileiros com curso superior trabalhando por conta própria também cresceu no período: 643,6 mil pessoas.

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“Bico” paga cada vez menos

No período, houve aumento de 2 milhões de pessoas recebendo um salário mínimo e de 700 mil recebendo por conta própria. Para Ana Tereza Cristina Pires, pesquisadora do IDados, o aumento mostra que boa parte dos que trabalham em “bico” passaram a receber menos. A condição se dá até entre aqueles que já estavam nesta condição.

“É uma maior precarização de um tipo de trabalho que sempre foi precarizado, face ao trabalho com carteira assinada”, avalia. Ela também atribui a diminuição da remuneração à pandemia: mesmo os mais qualificados, aceitariam trabalhar ganhando menos por conta do desemprego.

 

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