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Bolsonaristas de 2018 rompem com o presidente após demissão de Moro, crises e pandemia

Bolsonaristas
Onyx, Moro, Bolsonaro e Mourão e o governo bolsonarista. Foto: EVARISTO SA / AFP

O presidente Jair Bolsonaro viu seu apoio cair entre bolsonaristas desde que assumiu a presidência em 2019. Ele venceu com o discurso do antipetismo, nova política, pautas liberais e conservadoras. Só que as crises internas, a vida dos brasileiros piorando, a pandemia e a demissão de Moro fizeram o presidente receber muitas críticas.

O Globo escutou evangélicos, lavajatistas e liberais para entender o motivo de “largarem” Bolsonaro. Atualmente, segundo última pesquisa Datafolha, ele tem apoio só de 22% da população.

“Bolsonaro se posicionava como alguém antissistema, mas vejo hoje que é uma pessoa muito desequilibrada, completamente despreparada. A maioria das reformas foi desidratada, não houve articulação política eficiente para viabilizá-las. Simplificação de tributos, campanha de privatizações, inflação em alta, assim como o déficit primário, o tal choque liberal de Paulo Guedes nunca chegou. Eles não cumpriram praticamente nada, considero um verdadeiro desastre e não voto novamente — afirmou o economista Nuno da Costa.

O pedreiro Cleiton Araújo, de 37 anos, também largou Bolsonaro. “Mesmo com o auxílio emergencial, que ele diminuiu depois, está cada vez mais difícil se sustentar”, disse ele. “O preço das coisas mais básicas está aumentando e somos nós que precisamos abrir mão de cada vez mais coisas. Agora vejo claramente que ele governa para os ricos, e ainda fala com orgulho que prefere ver o povo com fuzil na mão em vez de feijão no prato. Isso é inaceitável”, acrescentou.

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Bolsonaristas e lavajatistas

Outro grupo que apoiou Bolsonaro foram os apoiadores da Lava-Jato. Porém, a demissão de Sergio Moro mudou o bom clima entre o grupo e o presidente. A dentista Simone Santos, de 49, foi uma das brasileiras que abandonou o governo por causa disso.

“Fiquei muito desconfiada (com a indicação do Aras), mas a gota d’água foi a saída do Moro. Daí vi que era tudo mentira. Dali em diante o combate à corrupção já era. Teríamos só retrocessos. E é o que vem acontecendo”, explicou. Simone tem feito campanha pelo impeachment do presidente.