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Cientista político vê Bolsonaro competitivo por ter a ‘chave do cofre’ e canais próprios de comunicação

Diretor-geral da PF foi nomeado com o aval do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Foto: Evaristo Sá/AFP/30-07-2021
O presidente. Foto: Evaristo Sá/AFP

Apesar da avaliação de que Jair Bolsonaro pode nem estar no segundo turno de 2022, o cientista político Creomar de Souza nega a possibilidade. Para ele, há chances de que o presidente possa voltar ao Palácio do Planalto em 2023. Ele é professor da Fundação Dom Cabral e fundador da consultoria política Dharma e afirma:

“Não podemos trabalhar com a ideia de que o eleitor é invulnerável a percepções que nós não consideremos objetivas da realidade. Temos que lembrar que, no fim das contas, muita gente tomou cloroquina e outros medicamentos que não tinham comprovação científica alguma. Isso acontece”.

Em entrevista à BBC, ele lembra que o presidente tem a “chave do cofre” e pode usar recursos para reverter impopularidade. Acredita que ele possa usar novamente seu “canal paralelo de comunicação” no WhatsApp e no Telegram novamente.

“O desemprego, o retorno da fome, a inflação: tudo isso gera uma enorme dificuldade. O que o presidente tem feito é jogar a conta da inflação no ‘fique em casa durante a pandemia’. Me parece ser uma manobra muito difícil, mas não é uma manobra que não possa colar”.

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Cientista político diz que cenário de 2018 está se repetindo e “todo mundo subestima o Bolsonaro”

Creomar diz que o cenário de 2018, em que se rejeitava a hipótese da candidatura de Bolsonaro prosperar, está se repetindo. “Todo mundo subestima o Bolsonaro”, diz. “E uma característica bem importante do Bolsonaro como persona política é o fato de que ele chegou onde está com todo mundo o subestimando”, avalia.

Ainda argumenta que foi eleito, segue no cargo e pode se reeleger justamente por ser subestimado por opositores. “Em algum sentido, essa fraqueza aparente dá a impressão de que qualquer outro candidato pode derrotá-lo, e esse é o principal vetor que impede a construção de qualquer tipo de coalizão”.