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Bolsonaro faz o jogo de Trump na guerra comercial com a China, e ministro cogita possibilidade da Huawei deixar o Brasil

Foto: Reuters

Do Jornal GGN:

“O Ministério da Ciência e Tecnologia não tem como fazer qualquer interferência geopolítica. A nossa posição é mais técnica. A decisão sobre a fabricante chinesa Huawei caberá ao presidente Bolsonaro”, disse o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), Marcos Pontes ao portal Mobile Time.

No final do ano passado, os Estados Unidos iniciaram uma perseguição à maior fornecedora de equipamentos para redes de telecomunicações do mundo. A primeira ação foi deflagrada em dezembro, quando a diretora financeira da companhia chinesa, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá a pedido dos norte-americanos que acusam a executiva e a Huawei da prática de lavagem de dinheiro, fraude bancária e roubo de segredos tecnológicos. A executiva foi libertada logo em seguida, mas encontra-se sob vigilância no Canadá enquanto tramita um processo de extradição para os EUA.

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A fala do ministro Marcos Pontes, divulgada durante o Mobile World Congress 2019 (MWC19), um dos congressos de tecnologia móvel mais importantes do mundo que acontece todos os anos em Barcelona, na Espanha, coloca o Brasil no debate geopolítico. Isso porque a Huawei mantém uma série de parcerias no país ligados à implementação de programas de telecomunicações e novas tecnologias.

A empresa chinesa também é detentora do projeto Nexans de conectividade intercontinental via fibra óptica entre a África e o Brasil, pelo Atlântico Sul, concluído em setembro de 2018. A companhia mantém ainda, desde 2013, uma parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), na condução de um laboratório em Campinas (SP) onde são realizados testes para a avaliação de conformidade e certificação de tecnologias como redes ópticas para transmissão de alta velocidade (GPON) e núcleo de rede de alta velocidade.

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