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Bolsonaro mente e nega agressão sofrida por jornalistas em Roma

Bolsonaro
Jair Bolsonaro.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Presidente Jair Bolsonaro mentiu nesta segunda (8) e disse que não houve agressão de agentes que faziam sua segurança em Roma contra jornalistas durante um passeio da comitiva. Ele veículos de comunicação de tentarem responsabilizá-lo pelo episódio, diz a Folha de S.Paulo.

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Bolsonaro mente e a imprensa que é agredida

Declarações de Bolsonaro foram feitas à Jovem Pan, em entrevista gravada no fim de semana no Paraná e transmitida na manhã desta segunda. O presidente foi questionado sobre decisão do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), que deu dez dias para que Bolsonaro explique o ocorrido.

No dia 31 de outubro, jornalistas credenciados e identificados que cobriam a visita de Bolsonaro à capital italiana foram agredidos durante caminhada improvisada da comitiva pelo centro da cidade, enquanto apoiadores gritavam “Globolixo” e assessores do presidente assistiam impassíveis.

“Porque eles começaram a me agredir, mesmo lá de trás, falando coisas absurdas. E quando um tentou se aproximar de mim foi barrado pelos carabineiros, pela polícia italiana. Nada mais além disso. Não vi acontecer nada a não ser uma gritaria lá. Agora querer me responsabilizar por causa disso é uma falta de responsabilidade por parte desses três órgãos de imprensa.”

A fala de Bolsonaro contrasta com o relato dos repórteres no local, que descreveram o ocorrido em diferentes veículos e destacaram que houve socos e empurrões contra profissionais de imprensa.

No final da tarde do dia 31, quando o presidente ainda estava na embaixada brasileira, um agente que não quis se identificar empurrou a repórter da Folha Ana Estela de Sousa Pinto, dizendo que ela devia se afastar do local. A jornalista foi empurrada ainda outras três vezes, embora estivesse em locais públicos, onde não deveria haver restrições ao trabalho da imprensa.

O jornalista Leonardo Monteiro, correspondente da TV Globo, contou ter levado um soco na barriga, desferido por um agente italiano, após ter feito uma pergunta ao presidente.

“Perguntei por que ele não tinha ido aos eventos do G20 de manhã. Aí veio um segurança, me empurrou com tanta força que até perdi um pé de sapato. Depois, me prensaram contra a lateral de um carro e me deram um soco na barriga. Se não fosse o André [Miguel, repórter cinematográfico da emissora] e dois colegas, Ana Estela, da Folha, e Lucas Ferraz, de O Globo, que vieram filmando e argumentaram com outro policial, seria pior”, disse Monteiro. “Foi uma violência desproporcional. A gente espera o ‘cercadinho da imprensa’ para proteger o presidente, mas não para inviabilizar o trabalho da imprensa.”

Quando a Folha começou a filmar a agressão contra Monteiro, um agente tentou arrancar o celular da repórter e a ameaçou. O repórter do UOL Jamil Chade também teve o celular tomado enquanto tentava filmar, e os repórteres do Globo, Lucas Ferraz, e da BBC News Brasil, Matheus Magenta, foram agredidos verbalmente e empurrados. Magenta ainda levou socos nas costas.

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