Bolsonaro pode dar golpe se perder as eleições, diz jornalista
O jornalista
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O golpe de Bolsonaro
“Existem duas hipóteses para ele permanecer na Presidência a partir de 1º de janeiro de 2023. A primeira é vencendo as eleições. Não é impossível, mas está difícil. Três de cada cinco brasileiros se recusam a votar em Bolsonaro em qualquer circunstância. Depois de quase 600 mil mortos por Covid, botijão de gás a R$ 100, litro de gasolina a R$6,3, o quilo do feijão a R$10 e a instalação de uma quadrilha no Ministério da Saúde, Bolsonaro perde até para o Zé da esquina nas simulações de segundo turno”.
E completa:
“A questão é que se o governo Bolsonaro não mudar, vai perder as eleições. O discurso de 2018 (anticomunista, contra o establishment e pelos valores cristãos) ainda seduz milhões de brasileiros, incluindo consultores de bancos, mas não faz 51% nas urnas. Ponto.
Daí vem a segunda opção para Bolsonaro permanecer no poder: um autogolpe. Também não é simples, especialmente quando o governo é considerado como ruim e péssimo por mais da metade da população. Mas a cada semana, a cada nova intimidação à Justiça e, agora, ao Senado, Bolsonaro parece estar transformando o autogolpe em uma carta na manga natural caso perca as eleições.
O raciocínio bolsonarismo para endurecer o regime foi captado nesta entrevista do líder do governo Ricardo Barros aos repórteres Julia Chaib e Ricardo Della Coletta, da Folha:
‘Existe o risco dele não reconhecer o resultado das eleições em 2022?’
Ricardo Barros: ‘Não sei, vamos ver até o ano que vem. Tem muita coisa para acontecer até lá’.
‘Seria algo muito grave'”.