Bolsonaro diz que resistência a Mendonça é porque senadores querem indicar outro ao STF

Jair Bolsonaro (sem partido) ainda acredita na aprovação de André Mendonça para o STF e diz que resistência é de quem quer outro nome no Supremo.

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O impasse em torno de Mendonça

Ele disse acreditar na rápida aprovação no Senado do nome para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. A confiante declaração foi dada em entrevista à rádio Farol, de Alagoas, nesta terça-feira 24 e contrasta com as recentes projeções que indicam resistência ao nome do pastor evangélico e ex-ministro da Advocacia-Geral da União.

“É natural as pressões, porque os senadores querem indicar nomes também, só que essa prerrogativa eu não abro mão. Acredito que a maioria dos senadores brevemente venham aprovar o nome dele lá no Senado e ele possa ocupar uma cadeira que tá vaga no momento lá no Supremo para o bem de todo o Brasil”, afirmou Bolsonaro após reforçar o compromisso do indicado em iniciar as sessões do STF com uma oração.

A expectativa do mandatário é que o seu indicado seja sabatinado em breve e não encontre barreiras entre os senadores. Levantamentos recentes, no entanto, indicam que o indicado deverá enfrentar obstáculos no Senado. Para ser aprovado, o candidato precisa do voto de 41 entre 81 parlamentares, mas, segundo apontou o jornal O Estado de S. Paulo, o pastor conta com apenas 26 congressistas em seu favor.

Para tentar driblar esta situação, o indicado tem ampliado as visitas aos parlamentares em busca de apoio. Mas, ao mesmo tempo em que busca dirimir as resistências, ele assiste Bolsonaro criar novas dificuldades ao confrontar o Congresso e o próprio STF.

O rito de apreciação, adiado em alguns dias após os conflitos do presidente com as instituições, foi iniciado no Senado com a leitura da indicação do ex-AGU ao cargo pelo presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG) nesta semana. Cabe agora à Comissão de Constituição e Justiça da Casa, presidida por Davi Alcolumbre (DEM-AP), definir a data para a sabatina.

Ao passo em que emperra no Congresso, outros nomes surgem como postulantes à vaga. Em contraponto ao ‘terrivelmente evangélico’, 130 entidades políticas e movimentos sociais lançaram a candidatura da jurista e professora Soraia Mendes ao posto. Há ainda quem aponte Augusto Aras, atual procurador-geral da República, como uma possibilidade em caso do indicado emperrar de vez no parlamento.

Na entrevista com a rádio Farol, Bolsonaro voltou a culpar governadores e o lockdown pela alta nos preços de alimentos, combustíveis e gás no Brasil. Ao lado do ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes, também prometeu uma ‘vacina 100%’ nacional até o final do ano.

“Até o final do ano talvez nós possamos ter uma vacina nacional em abertura na fase 3, já podendo entrar no plano nacional de imunização. Mas para o ano que vem, com certeza, não precisaremos de vacinas importadas, teremos todas as vacinas nacionais”, garantiu Pontes ao lado do presidente.

Com informações de Getúlio Xavier na CartaCapital.