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Congregação católica envolvida em abuso sexual esconde fortuna em paraíso fiscal

Missa pelos legionários, em Roma, em fevereiro de 2014. Foto: Riccardo de Luca/AP
Missa pelos legionários, em Roma, em fevereiro de 2014. Foto: Riccardo de Luca/AP

Segundo o Pandora Papers, uma congregação católica que já esteve envolvida em abuso sexual escondeu fortuna em paraíso fiscal. A rede dos Legionários de Cristo teria criado uma estrutura “offshore” com 1,6 bilhão de reais, enquanto o Vaticano investigava a opacidade de suas movimentações.

A congregação tinha informado que não possuía mais esse tipo de estrutura financeira, informação que foi contradita pela divulgação dos Pandora Papers, a que o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ) teve acesso.

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Os Legionários de Cristo são uma das congregações mais ricas do mundo. Entre 2010 e 2011, empresários e sacerdotes ligados à instituição criaram um esquema capaz de acumular, em poucos anos, mais 295 milhões de dólares, ou R$ 1,6 bilhão, com investimentos em setores como imobiliário, tecnológico e petrolífero.

A congregação admite que criou parte da estrutura, mas afirma que foi para “receber donativos”. Eles negam ter controle sobre fundos fiduciários usados para investir em cerca de trinta empresas.

Em julho de 2010, devido a escândalos de abuso sexual e às finanças opacas dos Legionários de Cristo, o papa Bento XVI iniciou uma investigação na instituição. O cardeal Velasio de Paolis, que era homem de confiança do pontífice e responsável pelas finanças do Vaticano, foi escolhido como controlador para sanear a congregação e pôr ordem em seu patrimônio financeiro.

Tudo parecia estar sendo resolvido. Porém, os Pandora Papers agora revelaram que, enquanto “se gabavam de ter a casa limpa”, os Legionários de Cristo montaram um esquema para ganhar dinheiro por meio de três fundos fiduciários na Nova Zelândia. O país da Oceania é um bom destino para fugir de impostos sobre fortunas.

Leia a reportagem completa no El País