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CPI pede investigação de Conselhos de Medicina por envolvimento no caso Prevent Senior

Randolfe Rodrigues (vice), Omar Aziz (presidente) e Renan Calheiros (relator) na CPI da Covid. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A CPI da Covid aprovou, nesta terça (28), um requerimento que pede a investigação dos Conselhos Federal e Regional de Medicina no caso Prevent Senior.

O pedido foi encaminhado às Procuradorias da República em São Paulo e no Distrito Federal.

Depoente de hoje na comissão, a advogada Bruna Morato afirmou que os médicos não denunciavam os desmandos da operadora de saúde pois havia influência no conselho.

A Prevent Senior é acusada, dentre outros crimes, de ter usado o “kit covid” como item de venda e ocultado mortes em estudo sobre a cloroquina.

O mesmo requerimento aprovado hoje também solicita que a Polícia Federal apure o episódio.

Os pacientes viravam cobaias na Prevent Senior, diz jornalista

Após ser revelado o dossiê da Prevent Senior, a jornalista Chloé Pinheiro foi às redes expor sua apuração sobre a operadora de saúde. Segundo ela, o caso da empresa é “nível Mengele mesmo”.

Além das mortes omitidas no estudo da cloroquina, ela conta que os médicos eram fortemente pressionados para prescrever a droga. “A regra era, ‘espirrou no PS, entrega o kit [covid]”, conta. A jornalista da Veja ainda conta que os profissionais da instituição receitavam as drogas e alertavam os pacientes a não tomarem.

“Depois de um tempo, se espalhou entre os profissionais o boato de que a própria Prevent estava enviando pacientes falsos ao PS para checar a conduta dos médicos. O clima era de tensão e autoritarismo”, narra.

Os funcionários atuavam simultaneamente em quatro consultórios, conta. Até enfermeiros se vestiam como médicos e entregavam as prescrições das drogas prontas. “Na enfermaria, os pacientes viravam cobaias”, diz ela.

“A ideia era evitar a internação dos pacientes, ao mesmo tempo em que se oferecia uma esperança para eles: afinal, ninguém saía de mãos vazias. Além das mortes citadas na matéria, muitos outros idosos (talvez um número incalculável) morreram assim”, denuncia.

Em junho, Chloé publicou uma matéria sobre uma vítima que morreu após ir ao Pronto Socorro da Prevent Senior três vezes. A paciente foi dispensada duas vezes com o kit covid. Na última vez, foi intubada e faleceu em três dias. “Ficou claro que desocupar leitos e maximizar a produtividade era o modus operandi”.

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