Deputado vai propor medida judicial contra liberação de garimpos pelo general Heleno

Foto: Sérgio Lima/Poder360
Em publicação nas redes, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) anunciou que vai propor uma medida judicial contra a decisão do general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). “Vou propor medida judicial”, escreveu o parlamentar no Twitter.
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De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Heleno autorizou o avanço de sete projetos de exploração de ouro numa região praticamente intocada da Amazônia.
O militar, que despacha no Palácio do Planalto e que é um dos principais conselheiros de Jair Bolsonaro, é secretário-executivo do Conselho de Defesa, órgão que aconselha o presidente em assuntos de soberania e defesa.
Cabe ao ministro do GSI dar aval ou o não a projetos de mineração na faixa de fronteira, numa largura de 150 km.
Com base em projetos encaminhados pela ANM (Agência Nacional de Mineração), o general autorizou em 2021 sete projetos de pesquisa de ouro na região de São Gabriel da Cachoeira (AM).
O lugar é conhecido como Cabeça do Cachorro e está no extremo noroeste do Amazonas, na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela.
23 etnias indígenas estão na região. São Gabriel da Cachoeira é a cidade mais indígena do Brasil. A Cabeça do Cachorro é uma das áreas mais preservadas da Amazônia e uma das últimas fronteiras sem atividades que resultam em desmatamento elevado.
Vou propor medida judicial: “general Heleno libera garimpo em áreas preservadas da Amazônia”. @UOLNoticias
— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) December 6, 2021
Ex-inimigo do Centrão, Heleno ficou constrangido em filiação de Bolsonaro
O general não ficou nem um pouco satisfeito com a ida de Bolsonaro ao PL. O Ministro-Chefe de Segurança Institucional participou da cerimônia de filiação do presidente e estava constrangido. Só esteve presente no evento porque Jair Messias ordenou.
“O Heleno estava muito constrangido. Só foi lá por que o Bolsonaro mandou”, disse uma fonte do jornal O Globo. Todo esse constrangimento tem motivo. Em 2018, durante a campanha do atual governante, o general atacou os partidos de Centrão.
“Se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão. Querem reunir todos aqueles que precisam escapar das barras da lei num só núcleo. Daí criou-se o centrão. O centrão é a materialização da impunidade”, declarou ele na ocasião.