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Deputado que quebrou placa de Marielle será investigado por suspeita de ter sido fantasma

O deputado eleito Rodrigo Amorim exibe placa quebrada que homenageava Marielle (Foto: Reprodução)

Reportagem de Lucas Altino no Globo informa que o deputado Rodrigo Amorim (PSL) , o mais votado para a Alerj no ano passado, será investigado em um sindicância da prefeitura de Mesquita por suspeita de ter sido funcionário fantasma por quase um ano. Amorim, que ficou conhecido durante as eleições por exibir com orgulho uma placa quebrada da vereadora assassinada Marielle Franco, foi subsecretário de Governo e Planejamento de Mesquita entre 2015 e 2016. Nos mesmos anos, ele atuou também n a Câmara Municipal do Rio, no gabinete do então vereador Jimmy Pereira. A duplicidade de cargos públicos ocorreu ainda entre 2011 e 2012, quando o deputado esteve empregado em secretarias de Nova Iguaçu e Teresópolis . Procurado, Amorim nega irregularidades, e disse que as atividades não demandavam dedicação exclusiva.

Segundo a publicação, depois de ter recebido uma denúncia no final do ano passado dizendo que Rodrigo Amorim era funcionário fantasma, a Prefeitura de Mesquita solicitou a instauração de uma sindicância para apurar o fato. A reportagem do GLOBO obteve a informação dessa medida e detalhes da passagem de Amorim pelo município, em contato com funcionários da época. Um servidor afirmou que nunca viu Amorim no seu período de atuação em Mesquita. Na manhã desta sexta, o Blog do Berta havia publicado notícia sobre os cargos ocupados simultaneamente, e de contratos suspeitos da ONG Terceiro Setor, que fora presidido pelo deputado.

No dia 10 de abril de 2015, Rodrigo Amorim foi nomeado para o cargo em comissão de Subsecretário Adjunto de Governo e Planejamento de Mesquita, gestão do prefeito Gelsinho Guerreiro (na época do PSC) — denunciado pelo MPRJ por organização criminosa — função que ocupou até o dia 28 de março de 2016, quando foi exonerado. Seu salário base era de R$2.880. Para o trabalho de subsecretário, há carga horária obrigatória de 40 horas semanais, mas, a partir do dia 1º de novembro de 2015, Amorim também ocupou um cargo como auxiliar de gabinete do então vereador Jimmy Pereira, na Câmara Municipal do Rio, onde ficou até 1º de março de 2016. Um trajeto de carro entre a prefeitura de Mesquita e a Câmara carioca dura cerca de uma hora, completa o Jornal O Globo.