Apoie o DCM

Dinheiro de rachadinha era deixado em gabinete de Carlos Bolsonaro, diz MP

Carlos Bolsonaro. Foto: Reprodução/YouTube

Dentro da investigação que apura esquema criminoso no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, entre 2001 e 2019, o Ministério Público encontrou indícios de que uma ex-funcionária ia pessoalmente ao local para devolver as quantias recebidas pela filha, como parte de um esquema de supostas rachadinhas.

LEIA MAIS:

1 – Live das 5 – Bolsonaro mente à Veja e Queiroga tenta escapar de ativistas em NY

2 – Por que Michelle Bolsonaro se vacinou nos EUA e não no Brasil

Carlos Bolsonaro na mira

De acordo com o jornal O Globo, entre novembro de 2013 e dezembro de 2019, Diva da Cruz Martins foi 58 vezes à Câmara de Vereadores, todas para visitar o gabinete de Carlos. As visitas eram rápidas, aconteciam mensalmente e sempre nos primeiros dias do mês.

Durante todo esse período, Diva não constava como funcionária do vereador, o que só aconteceu entre fevereiro de 2003 e agosto de 2005. A suspeita dos investigadores é a de que as idas de Diva ao local coincidam com as datas dos pagamentos a Andrea Cristina da Cruz, sua filha. Em um processo judicial, Andrea alegou que, na realidade, trabalhava como babá.

“Tais visitas, associadas às contradições nas declarações de Diva da Cruz Martins, sugerem a possibilidade de que tais visitas observassem uma rotina de repasse dos valores da remuneração paga em nome de sua filha (…)”, escreveu o MP no pedido de quebra de sigilo dos investigados.

Com informações do Metrópoles.

DCM cobre a Spoofing

No dia 26 de junho de 2019, os jornalistas Andrew Fishman e Leandro Demori publicaram uma reportagem no site The Intercept Brasil relatando as vantagens financeiras que o procurador Deltan Dallagnol teve com palestras decorrentes de sua fama como coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.

De acordo com as mensagens de Telegram hackeadas, Dallagnol participou de um encontro privado organizado pela XP Investimentos em junho de 2018. Naquele ano, ele afirmava em conversas que chegou a faturar R$ 400 mil em eventos e vendas de livros.

Os repórteres relatam ainda uma palestra paga em 2017: “Um ano antes do encontro secreto com grandes investidores, Dallagnol já tinha dado uma palestra numa conferência da XP Investimentos. Ele recebeu R$ 33.250. O evento aconteceu quando as palestras do procurador já eram foco de muito escrutínio da imprensa e do próprio Ministério Público. A preocupação, à época, era tanta que um assessor sugeriu que seria uma boa ideia barrar a imprensa dos eventos em São Paulo e no Rio”.

DCM teve acesso a um documento de oito páginas sobre uma palestra por quase o dobro do preço. A Cooperativa de Crédito de Livre Admissão do Sudoeste Goiano, que fica em Rio Verde, município de Goiás, contratou o serviço do procurador Deltan Dallagnol pelo preço de R$ 63 mil.

Leia a reportagem exclusiva aqui.