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FAB empregou chefe da milícia do ES

Veja o Avião da FAB
Avião da Força Aérea Brasileira. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Comando da Aeronáutica empregou por quase dois anos, entre maio de 2018 e março de 2020, um homem acusado de chefiar uma milícia na cidade de Marataízes, no litoral do Espírito Santo, e que carrega consigo uma série de acusações de crimes hediondos. Informação é de uma reportagem do site Metrópoles.

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Milícia na FAB

É Gilbert Wagner Antunes Lopes, de 42 anos, o Waguinho.

Ele já foi preso e alvo de operações da Polícia Civil devido a homicídios no estado. Hoje, é réu em várias ações penais e chegou a ser condenado, numa delas, a sete anos de reclusão pela tentativa do assassinato, em 2010, de um “usuário de drogas” que estaria envolvido em inúmeros furtos na cidade capixaba. No entanto, a fase processual desse caso foi anulada, em junho deste ano, por violação ao juiz natural, e o caso foi direcionado para novo júri, desta vez na comarca de Marataízes.

No dia 19 de maio daquele ano, Gilbert Wagner efetuou vários disparos contra a vítima e, duas semanas depois, deu uma coronhada na cabeça do homem.

A vítima não morreu, mas, em consequência das lesões, foi submetida a uma cirurgia. Na delegacia, o usuário de drogas disse que Waguinho também é conhecido em Marataízes como “justiceiro”.

À época, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) apontou que Gilbert Wagner faz parte de uma “verdadeira milícia, […] que a pretexto de promover a segurança, passou a promover verdadeiro extermínio neste município, sempre agindo através da violência armada”. O Metrópoles teve acesso à denúncia da procuradoria.

Waguinho é acusado de ter levado a Liga da Justiça, feroz e famoso grupo paramilitar do Rio de Janeiro, para o litoral do Espírito Santo. O grupo tem como símbolo o escudo do Batman.

Na Força Aérea Brasileira (FAB), ele ingressou como terceiro-sargento temporário, em 2018, por meio de um processo seletivo. Hoje, um terceiro- sargento ganha R$ 3.825 mensais. Segundo dados do Portal da Transparência, o “justiceiro” recebeu R$ 18,3 mil de dinheiro público por causa de serviços prestados à Aeronáutica.

No mês de setembro, o Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito civil para apurar o ingresso do miliciano na FAB.

Para entrar na corporação, Gilbert Wagner teria apresentado declaração e documentação falsas; por isso, foi denunciado pela 3ª Procuradoria de Justiça Militar (PJM), no Rio de Janeiro, pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documentos falsos. O miliciano foi expulso do Comando da Aeronáutica, depois de 1 ano e 10 meses, após as Forças Armadas concluírem um processo administrativo.

Essa não foi a primeira vez que o justiceiro usou documentos falsos. Waguinho já foi condenado por falsificar a certidão de nascimento e, duas vezes, por porte ilegal de armas. Os casos ainda não tiveram trânsito em julgado e, portanto, a defesa aguarda o julgamento de recursos nos tribunais superiores.

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