O Facebook tem sistemas de inteligência artificial e equipes de humanos que detectam e removem posts que contrariam diretrizes da rede. Documentos da “Facebook Papers”, entretanto, mostram que a plataforma tem dificuldade em priorizar recursos para países de fora da América do Norte. Com isso, fica mais difícil conter a disseminação de discursos de ódio.
O Brasil pode ser vítima do mesmo problema que sofre a Índia. Apesar de ter um grande mercado, não recebe recursos suficientes para fiscalizar a plataforma. É como avalia a cientista de dados Frances Haugen, ex-funcionária que vazou documentos internos.
“Uma das coisas que mais dissemina conteúdo violento é o fato de pessoas o recompartilharem em grandes grupos. Ele viraliza dessa forma. Desconfio que o português do Brasil não seja bem amparado pelos sistemas de segurança”, afirmou à Folha. Ela cita sistemas de inteligência artificial que detectam conteúdos nocivos e potencialmente virais.
O Meta (novo nome do Facebook Inc.) alega, em nota, que possui especialistas brasileiros em diferentes localidades. Também diz que tem investido significativamente em pessoas e tecnologias para aplicar suas políticas em dezenas de idiomas.
“Devemos investir mais de US$ 5 bilhões globalmente em segurança e integridade apenas em 2021, e temos 40 mil pessoas dedicadas a essas áreas”, diz.
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Um relatório interno do Facebook recomendou que a empresa investigasse conteúdos violentos na plataforma. De acordo com o texto, este tipo de publicação é muito maior nas plataformas do que no Instagram, TikTok e Twitter, por exemplo.
“Precisamos examinar seriamente por que a violência explícita continua a ter um alcance maior no Facebook e no WhatsApp no Brasil”, recomenda o relatório. Os documentos apontam também preocupação da empresa com desinformação, linguagem política incendiária, bullying e exploração de crianças nas plataformas no país. A empresa solicitou que se investigasse “por que o alcance [de conteúdo de exploração infantil] é maior [no Facebook] do que em outras plataformas no Brasil e na Colômbia”.
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